I SÉRIE — NÚMERO 68
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A Assembleia da República saúda os estudantes de hoje e os de sempre pelo inestimável contributo para os
avanços civilizacionais que vivemos. Comemorar o Dia do Estudante é também uma comemoração do salto
qualitativo que fizemos como nação.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos, agora, votar o voto n.º 261/XIII (2.ª) — De saudação pelo Dia
do Estudante (PS).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
É o seguinte:
A comemoração do Dia do Estudante, oficializada há 30 anos em 1987, mas já celebrada livremente desde
o fim do regime do Estado Novo, é tradutora de um longo percurso de afirmação das liberdades cívicas,
associativas e académicas, visando recordar a importância do movimento estudantil em momentos
determinantes do combate à ditadura e enfatizar o papel dos estudantes na vida das instituições.
Num momento de crescente tensão entre os estudantes universitários e a ditadura, a proibição das
associações académicas assinalarem o Dia do Estudante, a 24 de março de 1962, marcou uma escalada na
contestação ao regime e à repressão exercida nas instituições de ensino superior, que se estenderia até julho e
seria marcada por greves às aulas em Lisboa, Porto e Coimbra, comícios e manifestações de rua, objeto de
violenta repressão pelo Estado Novo.
A crise estudantil marcou o despertar para a atividade política daquela geração de estudantes, cuja coragem
política e física deve ser recordada e homenageada por aqueles que hoje vivem e estudam em liberdade.
Hoje, num tempo distante da necessidade de resistência a uma ditadura opressora e mesquinha, o Dia do
Estudante deve ser assinalado não só pela memória do combate de então, mas também pelo incentivo à
participação na vida das instituições, na construção de um sistema de ensino democrático e inclusivo, do qual
os estudantes fazem parte de forma determinante.
Assim, a Assembleia da República, reunida em Plenário, saúda a comemoração do Dia do Estudante,
endereçando a sua homenagem a todos os que se bateram pela democracia e liberdade no movimento
associativo estudantil e endereça o seu incentivo a todos os que, quotidianamente, asseguram a representação
dos estudantes nas suas instituições de ensino e contribuem para o seu desenvolvimento.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 262/XIII (2.ª) — De saudação
pela Comemoração do Dia do Estudante (PCP).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
É o seguinte:
O dia 24 de março de 1962 assinala um marco histórico da luta dos estudantes portugueses contra o fascismo
e pela liberdade, pelo direito de reunião e de associação, pela autonomia da universidade e a democratização
do ensino.
Durante meses, através de grandes plenários, concentrações, manifestações e greves, os estudantes
enfrentaram corajosamente proibições, encerramento de associações e instalações académicas, cargas
policiais, prisões em massa, processos disciplinares, expulsões, todo o arsenal de violência e repressão fascista,
em jornadas memoráveis que contribuíram fortemente para desmascarar, isolar e enfraquecer o fascismo.
A crise académica de 1962 inscreve-se numa longa tradição de luta estudantil que impôs a existência legal
das associações de estudantes e afirmou-se como uma importante componente do movimento popular que
conduziu à Revolução de Abril.
Cumprem-se, em 2017, 30 anos do reconhecimento e consagração pela Assembleia da República do Dia do
Estudante, a 24 de março, data que continua a fazer todo o sentido ser comemorada, assinalando não só os
acontecimentos de 1962, mas também todo o património de luta dos estudantes portugueses ao longo dos anos.