8 DE ABRIL DE 2017
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população se vê confrontada diariamente. Entendemos que a resolução destes problemas passa tanto pela ação
reivindicativa da população como por uma mudança de políticas que signifique uma resposta aos problemas
sentidos.
Assim, como sempre tem estado, o PCP continuará não só a defender melhores condições de vida para a
população da freguesia de Milheirós de Poiares mas também a estar ao lado das populações de todas as
freguesias na luta por melhores condições de vida.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As minhas primeiras palavras
são para cumprimentar os 5300 cidadãos subscritores da petição que advoga a integração da freguesia de
Milheirós de Poiares no concelho de São João da Madeira e também os mais de 25 000 cidadãos subscritores
da petição que defende a manutenção daquela mesma freguesia no concelho de Santa Maria da Feira.
Dirijo também um cumprimento muito especial ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da
Feira e ao Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares, os quais, conjuntamente com outros
peticionários, nos honraram com a sua presença na Casa da democracia.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As questões atinentes à identidade, pertença, permanência, mudança
ou alteração, quando associados a um território, são, invariavelmente, questões delicadas que exigem especiais
cuidados de análise, de ponderação e de reflexão prévias a uma qualquer decisão.
Conforme se alcança das posições em apreço, o Parlamento é chamado a intervir, é chamado a legislar num
certo sentido com base numa declaração de vontade unilateral.
O que nos peticionam seria, eventualmente, mais fácil de alcançar se partisse de uma base de consenso
quanto ao fim da concordância de interesses, de convergência de vontades, mas não é esse o quadro com que
somos confrontados. Estamos perante um quadro de divergência quanto à vontade expressa pelos diferentes
órgãos autárquicos diretamente interessados e que, constitucionalmente, representam na vontade dos eleitores
uma divergência ademais aparentemente intransponível.
Esta circunstância agrava a delicadeza do assunto que a consulta local em 2012 não ultrapassa e onde o
histórico parlamentar, pelo menos no período democrático, não regista antecedentes.
O Parlamento já legislou, e legisla, sobre a correção de limites administrativos e a alteração de denominações
de freguesias; já legislou sobre a transferência de freguesias de um concelho, tendo em vista a criação de um
novo concelho; já legislou sobre a divisão de uma freguesia para criar uma outra freguesia; já legislou sobre a
desanexação de freguesias dentro do mesmo concelho; mas nunca, nunca, legislou sobre a transferência na
íntegra de uma freguesia de um concelho para outro concelho.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Não podemos, de igual modo, deixar de aludir ao facto de estarmos
a menos de seis meses das próximas eleições autárquicas, cujos procedimentos que lhes são inerentes, e são
muitos, demandam, reclamam e exigem estabilidade.
Acresce a tudo isto, Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Deputados, a circunstância de não estar em curso nenhuma
reforma territorial ou autárquica global, nem de existir um regime jurídico prévio e enquadrador da matéria em
causa, razões que, do nosso ponto de vista, justificadamente, agravam a delicadeza e a dificuldade de
apreciação do peticionado.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, não havendo mais inscrições, fica concluída a apreciação das petições
n.os 179 e 245/XIII (2.ª).
Como o período regimental de votações está previsto para as 12 horas, vamos fazer um pequeno intervalo.
Está interrompida a sessão.
Eram 11 horas e 41 minutos.