5 DE MAIO DE 2017
29
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Só são contra quando lhes convém!
O Sr. Adão Silva (PSD): — … entendemos é que esta alteração deve ser motivada por razões muito
objetivas, como, por exemplo, uma necessidade de criar emprego, uma necessidade acrescida de combater o
desemprego, uma necessidade de corrigir e de acertar a lei laboral com os desafios do mundo da economia e,
também, já agora, uma necessidade de criar emprego mais digno e uma melhor distribuição de riqueza.
Por isso é que entendemos que este exercício do PCP, hoje, é um exercício absurdo, que não se entende,
a não ser por uma obstinação ideológica e sindical.
Aliás, não percebemos mesmo como é que uma das razões que suporta o argumentário desta tarde do PCP,
que é o aumento da contratação coletiva, esteja claramente fracassada, porque ainda recentemente o Centro
de Relações Laborais, que é um instituto do Ministério do Trabalho, veio dizer que desde 2014 tem vindo a
crescer a contratação coletiva, o número de acordos de contratação coletiva e o número de trabalhadores
abrangidos pela contratação coletiva.
Por isso, pergunto: porquê esta obstinação do PCP e, já agora também, também do Bloco de Esquerda?
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Começa a não ser suportável. Porquê? Porque na passada semana o Bloco de
Esquerda tentou antecipar aquilo que o PCP anunciou, incautamente, que iria fazer no dia 4. Isto é, o PCP veio
dizer: «Nós, no dia 4, vamos ter um agendamento potestativo para debatermos as leis laborais».
O Sr. João Oliveira (PCP): — A contratação coletiva!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Foram incautos! Os senhores foram incautos, porque, logo a seguir, o Bloco de
Esquerda, aproveitando o agendamento potestativo, antecipou o debate e os senhores tiveram de ir atrás do
Bloco de Esquerda.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É da vida das pessoas que estamos a falar!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Convém ser mais cauteloso, Sr. Deputado João Oliveira.
Mas, verdadeiramente, há aqui um exercício de competição, quase uma espécie de corrida, a ver qual deles
chega primeiro e é mais sindicalista, se é o PCP ou se é o Bloco de Esquerda, protagonizada pela Deputada
Rita Rato, por um lado, e pelo Deputado José Soeiro, por outro.
Já chega! Isto, obviamente, não tem interesse para os portugueses! A vossa disputa para ver quem chega
primeiro não interessa nada aos portugueses, até porque nesta corrida desenfreada entre a Deputada Rita Rato
e o Deputado José Soeiro, com todo o respeito, o Deputado José Soeiro perderia. Perderia, mas não seria por
mais nada senão porque a Deputada Rita Rato seria levada ao colo pela CGTP, passe a expressão.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Já não há paciência para graçolas de mau gosto!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Finalmente, ainda sobre a questão desta obstinação, devo dizer que, de alguma
maneira, esta obstinação remete-nos para um ponto que acho importante, que é a leitura da sociedade. Há
quem olhe para trás, para o passado, e diga: «Não, não, no passado é que era bom!». E há quem olhe para o
presente e para o futuro e diga: «É preciso dar luta aos desafios que hoje a sociedade tem!». Temos uma
economia globalizada, uma economia digitalizada, relações de trabalho completamente alteradas por esses dois
fatores estruturantes, desemprego que convém combater, porque é a principal fonte de pobreza, e os senhores
olham para o passado, renunciam ao presente e ao futuro. O vosso foco é o passado, bem manifesto em várias
circunstâncias.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!