I SÉRIE — NÚMERO 84
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organização e gestão das escolas, não servem o propósito de densificação da autonomia das escolas nem de
reforço das lideranças — expresso na exposição de motivos deste projeto de lei —, nada acrescentam para a
melhoria da educação enquanto serviço público, universal.
As escolas, os diretores, os alunos, os pais, a comunidade escolar mereciam mais e melhor.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Essa é que é essa!
A Sr.ª Odete João (PS): — Mas convém lembrar que este diploma sofreu alterações em 2012, pelo, então,
Governo PSD/CDS. Agora, sem diálogo com os diferentes parceiros institucionais, sem qualquer avaliação e de
uma forma inopinada, o PSD faz tábua rasa de tudo o que está em curso em termos de projetos para a autonomia
das escolas e para a afirmação da identidade das escolas.
Aplausos do PS.
As alterações propostas nesta iniciativa confundem as competências dos vários órgãos da escola e colocam
em causa a capacidade e a eficácia da intervenção desses mesmos órgãos, como já ficou aqui amplamente
demonstrado. Um exemplo claro é o da constituição de turmas.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — A vossa ideia é melhor!…
A Sr.ª Odete João (PS): — Confundir matérias pedagógicas com competências executivas e com as ações
de missão da escola é contribuir para o caos da arquitetura jurídica do diploma, não acrescenta capacidade de
intervenção a cada um dos órgãos de administração e gestão das escolas e muito menos reforça as lideranças.
Importa, pois, aprofundar a construção da autonomia das escolas, e é esse o trabalho que está a ser feito
pelo Partido Socialista, traçando medidas políticas que contribuem para a promoção de melhores
aprendizagens, para a redução do insucesso e do abandono escolares, atribuindo às escolas a liberdade e a
responsabilidade de se organizarem, de modo a definirem planos de ação que possam responder melhor às
necessidades da sua comunidade educativa. Esta é a verdadeira autonomia das escolas: a liberdade de
decidirem!
Aplausos do PS.
E este processo acontece depois de um longo período de auscultação dos vários parceiros sociais, dos
fóruns internacionais de discussão e tendo por princípio um quadro de evolução estável.
Por isso mesmo, o Governo, em 2016, lançou o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar. Este
Programa contribui para a afirmação da autonomia das escolas, porquanto é baseado no desenvolvimento de
planos de ação estratégicos, elaborados pela própria escola a partir da sua realidade e do impacto que as
decisões tomadas têm na qualidade das aprendizagens. Esta é a verdadeira autonomia pedagógica!
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Faz toda a diferença!
A Sr.ª Odete João (PS): — Para o Partido Socialista, o foco da ação educativa foi e será sempre centrado
no aluno. Através da autonomia e da flexibilidade curricular conferida às escolas para explorarem novas formas
de se organizarem, novas formas de gerirem os tempos não letivos, novas formas de promoverem a
diferenciação pedagógica, nomeadamente aquela que resulta da natureza interdisciplinar, através de projetos
inovadores, para além da possibilidade de as escolas gerirem 20% da carga horária semanal, estão a ser dados
passos firmes na criação de ambientes de aprendizagem mais motivadores, mais cooperativos e de maior
aprofundamento do trabalho em rede.
Este é o caminho de consolidação da escola e de afirmação da sua identidade. Este é o caminho de
construção de uma sociedade melhor.
Aplausos do PS.