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24 DE MAIO DE 2017

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O Sr. João Galamba (PS): — Também foi por causa do aumento do consumo!

Estes resultados não são apenas importantes para Portugal, porque mostram que há uma alternativa, que

os portugueses não têm de estar condenados ao empobrecimento e que a competitividade do País não se faz

à custa da destruição de direitos, à custa do esmagamento de salários e à custa do desmantelamento do Estado

social.

Vozes do PS: — Muito bem!

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Ai não?!

O Sr. João Galamba (PS): — Isto mostra, Srs. Deputados, o oposto, que nós podemos pertencer à Europa.

Queremos cumprir as regras, mas, simultaneamente, não queremos abandonar os portugueses, não queremos

abandonar um projeto de modernização e de desenvolvimento nacional e queremos manter, aprofundar o

Estado social, que os senhores dizem ser insustentável.

Este ano, Srs. Deputados, mostra exatamente isso, mostra que é possível. É possível compatibilizar regras

difíceis — e já agora, regras que queremos rever e queremos flexibilizar — com o cumprimento dessas regras

e continuar a investir nas pessoas, nos seus direitos, no seu rendimento e a apostar no Estado social. O

rendimento das pessoas, os seus direitos e o Estado social não são um entrave à competitividade, são antes,

Srs. Deputados, uma condição essencial a qualquer competitividade digna desse nome.

Esses resultados não são apenas importantes para Portugal e para os portugueses, são, também, para a

Europa, porque não se combate o populismo sem apresentar alternativas viáveis às pessoas. Antes de mais, é

impossível definir compromissos realistas, honrar esses compromissos e entregar resultados e esses resultados

têm, também, esse significado, dão uma esperança de uma alternativa não apenas aos portugueses mas

também à Europa.

A democracia europeia não sobreviverá enquanto for uma democracia de caminho único. É saudável e não

deve ser visto negativamente, não deve ser visto como um pecado de lesa-Europa alguém ousar fazer diferente.

Fizemos diferente e queremos continuar a fazer diferente, porque Portugal precisa disso, mas a Europa também

precisa disso.

Quando por toda a Europa há partidos e há eleitores que se revoltam contra as alternativas existentes e se

refugiam em movimentos xenófobos e fascistas, essas pessoas não serão conquistadas, nem o seu voto será

alterado, se as insultarmos, se lhes chamarmos fascistas ou racistas. Essas pessoas serão conquistadas se

lhes dermos uma alternativa, se lhes mostrarmos que não é preciso votar num partido fascista ou num partido

xenófobo, que não é preciso enveredar por um niilismo em que já não se acredita em nada. Nós demos essa

alternativa e é uma alternativa que deve ser valorizada por isso mesmo.

Sim, é possível estar na zona euro e fazer políticas que, no início, podem contrariar a ortodoxia, mas não são

erradas e têm o apoio dos cidadãos e têm melhores resultados.

Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, na minha opinião e na opinião do Grupo Parlamentar do Partido

Socialista, o resultado mais importante deste Governo é mostrar que há uma alternativa, que vale a pena lutar

por ela e que ela pode resultar.

Por isso, damos os parabéns ao Governo por estes resultados. Muita gente fala do Sr. Ministro das Finanças

como se ele fosse o obreiro único deste défice, mas não é, os obreiros são o Sr. Primeiro-Ministro e todos os

Ministros que estão sentados na bancada do Governo, porque depende deles a execução do Orçamento, A

execução do Orçamento não depende apenas de quem restringe, depende também de quem executa e,

portanto, esta é uma obra de todo o Governo e também do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, do PCP,

do Bloco de Esquerda e de Os Verdes.

Aplausos do PS.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ó pá!…

O Sr. João Galamba (PS): — É uma obra de todos aqueles que creditaram que era possível fazer diferente,

que lutaram para que Portugal tivesse uma alternativa e que têm hoje o resultado.