I SÉRIE — NÚMERO 91
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comunitários estávamos num estado pré-histórico, tínhamos desperdiçado dois anos e foi necessário um grande
esforço para lançar os fundos comunitários em velocidade cruzeiro.
É por isso que, este ano, estamos a aumentar em 20% o investimento público e no primeiro trimestre deste
ano o investimento público subiu 25% relativamente ao primeiro trimestre do ano passado. Sim, estamos agora
a fazer o que já gostávamos de ter feito no ano passado, mas não o pudemos fazer porque não tínhamos
condições para isso. Este ano estamos a fazê-lo e vamos continuar.
Por isso, exportações, investimento privado, investimento público, melhoria do rendimento das famílias,
diminuição do endividamento das famílias e das empresas são condições essenciais para continuar a sustentar
um crescimento saudável, não com base no endividamento mas com base no rendimento, porque é assim que
teremos um crescimento sustentável e duradouro, compatível com uma boa consolidação das finanças públicas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, tenho de lembrar algumas
coisas porque o Sr. Primeiro-Ministro diz, referindo-se ao Governo anterior, que «as reformas que fizeram não
alcançaram resultados». Portanto, tenho de o lembrar, é preciso voltar a rememorar a história, e deixe-me dizer-
lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que o anterior Governo herdou um défice de 11,2% e deixou uma herança, sem Banif,
de 2,98% — são mais oito pontos percentuais!
O Sr. João Galamba (PS): — É falso!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — O seu Governo, e bem, diminuiu um ponto percentual, apenas um
ponto percentual. Portanto, quanto a atingir, ou não atingir, os objetivos creio que estamos bastante
conversados, Sr. Primeiro-Ministro.
Aplausos do CDS-PP.
Deixe-me dizer-lhe outra coisa quanto ao desemprego.
O Sr. João Galamba (PS): — Que vocês criaram!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Deixámos o desemprego ligeiramente abaixo daquilo que tínhamos
recebido, o qual, depois de ter atingido um pico de 17,5%, chegou a 11,2%. Isto não é atingir um resultado? Isto
não é atingir os objetivos? Peço desculpa mas tudo isto tem de ser relembrado porque, de facto, a memória
desse lado é muito curta.
E é tão curta, Sr. Primeiro-Ministro, que o senhor esqueceu-se de 2009. Falou do orgulho em 2007, falou do
orgulho em 2008 mas não falou do orgulho em 2009. Falou ainda do orgulho de 2017 mas não falou do orgulho
de 2009. Afinal, o que é que se passou em 2009? Afinal, o que é que se passou em 2010, Sr. Primeiro-Ministro?
É que, sabe, deste lado, todas as pessoas que se sentam nesta bancada têm orgulho de terem pertencido ao
grupo daqueles que ajudaram, do primeiro ao último dia, o País a sair do procedimento por défice excessivo.
O Sr. João Galamba (PS): — Deve estar a brincar! Veja as propostas do CDS em 2009 e 2010!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Já dessa bancada o Sr. Primeiro-Ministro, não pode dizer a mesma
coisa. Nem dessa nem daquela!…
O Sr. João Galamba (PS): — Vamos recuperar as propostas do CDS de 2008, 2009 e 2010…
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Até lhe posso dizer qual é o número de coincidências entre o seu
Governo, entre ministros, secretários de Estado e assessores, e aquilo que era o malfadado Governo do Sr.