25 DE MAIO DE 2017
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Pensamos que é necessária a libertação do País da submissão ao euro — mecanismo limitador da produção
e do desenvolvimento, com a sua sobrevalorização e os instrumentos de chantagem que lhe estão associados
—, bem como das imposições e das políticas da União Europeia.
Pensamos que é necessária a renegociação da dívida, nos seus prazos, juros e montantes, libertando
recursos indispensáveis, designadamente, para o investimento público.
A garantia do controlo público da banca e dos setores básicos estratégicos da economia é outra necessidade,
a que associamos, como indispensável, uma forte intervenção do Estado contra os abusos de posição dominante
e de dependência económica, por parte dos grupos monopolistas, sobre as pequenas e médias empresas.
Impõe-se a defesa e promoção da produção nacional e dos setores produtivos como uma prioridade ao
investimento público, com uma política de substituição de importações pela produção nacional, articulada com
a promoção das exportações.
O aproveitamento dos recursos existentes, de forma adequada, no presente e no futuro é uma necessidade:
dos recursos minerais às potencialidades do mar, avançando sem a tentação da venda desvalorizada mas numa
conceção de fileira produtiva e com a necessária proteção ambiental.
Impõe-se a adoção de um programa que vise a soberania alimentar para responder a aspetos essenciais
das necessidades nacionais. E a consideração da agricultura, pecuária, floresta e pescas como produções
estratégicas é, igualmente, uma necessidade.
A reindustrialização do País, com o desenvolvimento de setores ditos tradicionais e de novos setores, num
quadro de acelerada mutação de necessidades e processos produtivos, está aí colocada com toda a urgência.
O desenvolvimento de uma estratégia prosseguindo o objetivo da soberania energética é indispensável,
designadamente com o aproveitamento das potencialidades existentes nas energias renováveis, o controlo
público e a valorização das soluções de redução da intensidade energética.
A consideração e aproveitamento dos setores dos serviços não pode ser excluída, ao contrário, tem de ser
valorizada, incluindo o turismo, de forma decidida mas sem dependências.
A valorização da educação, da cultura, da ciência e da tecnologia é uma necessidade, com o
desenvolvimento científico e tecnológico, com a elevação do perfil produtivo e, tudo isto, não como pretexto para
novos ataques aos direitos laborais e à segurança social, mas como uma visão de desenvolvimento, uma visão
de futuro.
A valorização do trabalho e dos trabalhadores como objeto e condição do desenvolvimento é de sublinhar,
com o alargamento do mercado interno, o pleno emprego, o aumento dos salários, a começar pela fixação do
salário mínimo nacional em 600 €, o respeito pelos horários de trabalho e a sua redução para as 35 horas, o
combate à precariedade, o respeito pelos direitos laborais, incluindo a contratação coletiva, a valorização das
pensões de reforma e dos apoios sociais, e tudo isto associado à diversificação das fontes de financiamento da
segurança social, designadamente, acrescentando a contribuição das empresas na base do valor acrescentado
líquido.
Isto, porque a economia e o desenvolvimento económico são estimulados pelos direitos e pelas condições
sociais e devem visar essa satisfação.
Aplausos do PCP.
Mas, nesta estratégia, incluímos e sublinhamos a necessidade do combate à corrupção, a defesa do regime
democrático e o cumprimento da Constituição da República Portuguesa.
E, quanto às contas públicas, exigimos o seu rigor, que passa por uma efetiva política de desenvolvimento
económico, produzindo mais para gerar mais riqueza, produzindo mais para dever menos, assumindo uma
efetiva tributação do grande capital e a reversão das chamadas parcerias público-privadas e de outros apoios
aos grupos monopolistas.
É assim que defendemos uma estratégia de desenvolvimento soberano para o presente e o futuro, o que
significa aproveitamento e proteção dos recursos, iniciativa, planificação e eliminação do desperdício e não um
percurso errático entre programas avulso, falsas expectativas, frustrações e retrocessos.
Defendemos a produção, o pleno emprego, os direitos, o desenvolvimento, a soberania, uma democracia
política, económica, social e cultural, uma sociedade mais justa.
Tais são as exigências que se colocam nos dias em que vivemos, na Europa que temos, no mundo de hoje.