25 DE MAIO DE 2017
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serviços públicos e empobrecimento. O que se viu é que isto significou afundamento do País. O grande
significado desta evolução é este: uma estratégia de desenvolvimento e crescimento económico que…
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Tem andado desaparecido!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — … tem como elemento fundamental a melhoria das condições de vida, dos
salários, das pensões, dos serviços públicos, do investimento e do progresso.
Aplausos do PCP.
Este é um elemento de particular importância.
Se PSD e CDS foram desmentidos pela realidade na sua estratégia avassaladora de empobrecimento e de
agravamento da exploração, então é necessário, também, tirar hoje esta ilação, o que quer dizer que tem de se
ir mais longe nos salários, nas pensões, na recuperação dos direitos, porque não é apenas uma questão de
justiça social, é um contributo fundamental e estrutural para o desenvolvimento do País.
Mas, para o PCP, esse elemento tem de ser encontrado olhando para o futuro, numa perceção do que tem
acontecido ao nosso País, independentemente de um ano ou de um trimestre.
Por isso, colocamos aqui como questão fundamental a de saber quais são as causas estruturais que têm
condicionado o desenvolvimento do País. Sem se atacarem essas causas não é possível haver o
desenvolvimento necessário.
Poderemos, por exemplo, referir a questão da adesão ao euro, em 1999. A realidade é esta: de 1999 a 2016
não houve crescimento da produção industrial. Estamos na mesma, como estávamos em 1999. De 1999 até
hoje não houve crescimento na área da agricultura e das pescas, estamos exatamente no mesmo plano. De
1999 até hoje a construção quebrou 50%, o desemprego aumentou com a eliminação de meio milhão de postos
de trabalho. Isto não é evolução do último ano, que é positiva, com a inversão que se fez, mas é importante ter
esta visão mais larga para, para além daquilo que é conjuntural, perspetivar-se o desenvolvimento para o futuro.
É por isso que colocamos como questões essenciais o crescimento dos rendimentos e, ao mesmo tempo, a
produção nacional, a substituição de importações por produção nacional a par da dinamização das exportações.
É para isso que estamos hoje a discutir este tema central com esta visão de um Portugal mais desenvolvido, de
um Portugal mais justo.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, entramos agora na fase dos pedidos de esclarecimento
dirigidos ao Governo.
A Mesa regista a inscrição de 23 Srs. Deputados e a indicação que recebemos é a de que os pedidos de
esclarecimento, com o entendimento dos Srs. Deputados dos vários grupos parlamentares, estão agregados de
forma temática, sendo que haverá um conjunto de nove pedidos de esclarecimento para o Sr. Ministro da
Economia, depois, outro conjunto de nove pedidos de esclarecimento para o Sr. Ministro da Agricultura,
Florestas e Desenvolvimento Rural e, ainda, um grupo de cinco pedidos de esclarecimento para a Sr.ª Ministra
do Mar.
É assim, portanto, que vamos proceder.
Lembro que o entendimento relativamente ao tempo destinado às perguntas, uma vez que há tempos globais
atribuídos aos grupos parlamentares, é o de que, em todo o caso, no limite, este será o dobro do tempo
regimentalmente previsto. Como se sabe, o tempo regimental para colocar as perguntas é de 2 minutos, no
limite, cada pergunta terá o tempo máximo de 4 minutos.
Nas respostas agregadas, o Governo terá o tempo de 6 minutos por cada grupo de respostas que vier a dar.
Creio que estamos entendidos, portanto, quanto aos procedimentos que vamos aplicar.
Tem a palavra, para pedir esclarecimentos ao Sr. Ministro da Economia, o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Economia, a questão central deste debate é a da
necessidade de uma política para aumentar a produção e a atividade económica, questão essa com uma