I SÉRIE — NÚMERO 92
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transporte de mercadorias, nomeadamente a sua articulação com os portos, e que promovam também as opções
mais sustentáveis de transporte de produtos.
Por isso, Sr. Ministro, pergunto-lhe, sobre estas quatro dimensões, quais são as políticas que o Governo
pode anunciar desde já para que estes desafios possam ser plenamente satisfeitos.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados, queria também começar por cumprimentar o Partido Comunista Português por este tema, até porque
ele permite registar uma mudança no Sr. Ministro.
O Ministro da Economia, outrora descrito pelo Sr. Primeiro-Ministro como discreto, acanhado, está hoje um
Ministro confiante. Desabrochou. Ainda está longe do animal feroz que já tivemos num Primeiro-Ministro que
frequentava essa bancada, mas, ainda assim, registo essa fé.
Mas, Sr. Ministro, podia ter dito — porque lhe conheço alguma honestidade intelectual — que, de facto, este
crescimento económico que hoje se regista, que assinalamos e cujo mérito damos aos trabalhadores e às
empresas portuguesas, ao País como um todo e obviamente a este Governo também, ficou muito a dever-se à
ação do Governo anterior.
O Sr. Ministro podia ter dito… É que, quem quer perder peso, tem de começar cedo, às vezes, até tem
vontade de desistir, às vezes, parece impossível, mas os resultados aparecem mais tarde.
Portanto, a primeira pergunta que tenho para colocar ao Sr. Ministro é se nessa euforia toda vai ou não vai
rever as metas de crescimento da economia portuguesa, muito próximas daquelas que tinha o grupo de sábios
do Partido Socialista, e se vai ou não continuar o caminho encetado pelo Governo anterior e que tão bons
resultados deram agora. Isto porque os senhores, de facto, não mudaram nada ou quase nada. O PCP, o Bloco
e Os Verdes reivindicam que mudaram a austeridade, mas, na verdade, não mudaram. Ela, de facto, está onde?
Está nos serviços do Estado.
O que é que acontece? O cidadão português tem mais umas décimas no bolso, mas tem pior saúde. O
cidadão português tem mais umas décimas no bolso, mas tem pior educação. Há um alívio do clima e mais
confiança nas empresas portuguesas, mas continuam a ter problemas de financiamento e de acesso ao crédito.
Portanto, hoje, podemos ter um pouco mais de rendimentos, mas, basta olhar para o setor empresarial do
Estado, na área dos transportes, para ver que a degradação de serviços é maior do que era no passado.
Protestos do Deputado de Os Verdes José Luís Ferreira.
A austeridade mudou de lado e não mudou assim tanto, como os senhores querem fazer crer.
Portanto, as perguntas impõem-se, Sr. Ministro. Já que estamos a falar de produção nacional, um facto que
está assente em pequenas e médias empresas por todo o território nacional, incluindo territórios de baixa
densidade, pergunto-lhe: quais são as medidas para financiar, para capitalizar as PME? Qual é a percentagem
do programa Portugal 2020 que está afeta aos territórios de baixa densidade? Pergunto porque é exatamente
aí que podemos medir se há ou não intenção deste Governo em proteger, em aproveitar e em potenciar o
crescimento que temos tido até aqui, coisa que o Governo anterior estava a fazer, mas que não parece visível
nem ficou visível da intervenção de V. Ex.ª?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Economia, nesta interpelação ao
Governo, centrada nas condições para o desenvolvimento da produção nacional, que, a nosso ver, é
absolutamente fundamental e urgente, sobretudo quando sabemos que o desempenho da nossa economia