16 DE JUNHO DE 2017
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O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Claro, a saúde das pessoas são casos e casinhos…
O Sr. Ministro da Saúde: — Bem percebemos que, parafraseando um pouco a organização da apresentação
do Sr. Deputado Luís Montenegro, provavelmente estaremos confrontados com uma tríade onde prevalece o
descontrolo, o desinvestimento e o desespero.
Aplausos do PS.
O descontrolo, claramente, da agenda política, porque o que vimos aqui foi um descontrolo da agenda
política, uma interpelação sobre política de saúde em que falou de tudo menos daquilo que o PSD pensa para
o País, em termos de saúde. Por exemplo, sobre carreiras profissionais, sobre a relação entre os setores, sobre
o modelo de financiamento, sobre formação e investigação, sobre a estratégia de desenvolvimento, sobre tudo
isto não ouvimos nada. Vimos apenas o repetir os casos, os casinhos e a história da vizinha.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, ao contrário do PSD e do CDS, temos muito orgulho em ser de esquerda e
consideramos que um governo sério e responsável, mais provavelmente, é um governo de esquerda do que um
governo de direita.
Aplausos do PS.
O que, efetivamente, leva a este desinvestimento — e agora vamos ao segundo d do PSD —, o
desinvestimento nas propostas políticas, é o desacerto com a história. Passado que foi o diabo económico, a
quebra do investimento, a queda do emprego, o crescimento da economia — agora, se calhar, até com boas
notícias que virão de outros pontos do mundo —, havia que encontrar rapidamente uma agenda. Talvez a
agenda social, porque essa é muito cara ao povo,…
Protestos do PSD.
… o povo que sofre é muito sensível à agenda social. Mas sabe tão a falso este tipo de discurso, Srs.
Deputados, que creio que as pessoas não o compreenderão.
Aplausos do PS.
É que falar de desinvestimento, falar de desmantelamento quando o País tem o maior número de
profissionais de que há memória, quando a redignificação das carreiras e da condição do trabalho está a ser
feita, é claro, Srs. Deputados, num quadro de responsabilidade económica e orçamental, é isso que vos
confunde. É que o Governo é responsável do ponto de vista orçamental e não está, portanto, numa política de
«bar aberto», distribuindo o dinheiro que não tem e os recursos que não tem a torto e a direito.
Aplausos do PS.
Mas há também uma coisa que o Governo faz. O Governo tem um sentido grande de humildade e não vem,
nem eu, nem nenhum membro do Governo, a esta bancada dizer que está tudo bem.
Não está nada tudo bem, Srs. Deputados. Não fomos nós que andámos pelos hospitais, há dois anos, em
pleno período da crise, a ver doentes amontoados em macas e a dizer que os doentes estavam muito bem
instalados.
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Exatamente!