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30 DE JUNHO DE 2017

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Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — A Mesa registou, entretanto, a inscrição, para uma intervenção,

do Sr. Deputado Pedro Pimpão, do PSD.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Creio que volvida semana e meia

sobre o incêndio mais trágico de que há memória em Portugal, debatermos este assunto no Parlamento, com

boa-fé, é uma forma digna e séria de darmos voz às gentes do Pinhal Interior.

O que as pessoas nos pedem é que encontremos respostas para o que efetivamente se passou e que

encontremos as soluções para que uma tragédia como esta nunca mais volte a acontecer no nosso País.

Acompanhei de perto esta tragédia — aliás, creio ser a minha obrigação enquanto representante da

população — e estive com representantes de todos os partidos políticos. Estiveram bem o Parlamento e os

Deputados das comissões que foram presencialmente ver a dimensão desta tragédia. Os habitantes de

Pedrógão, de Castanheira de Pera e de Figueiró dos Vinhos deram-nos uma grande lição: mostraram a sua

fibra. Foram os populares que, em muitas aldeias, defenderam as suas casas, os seus bens e os seus pertences,

os populares que perderam tudo. Quando cheguei a Castanheira de Pera, já na segunda-feira, depois do fim de

semana, um território sem comunicações e completamente isolado, as pessoas só nos diziam: «Não se

esqueçam de nós!». E eu disse-lhes: «Nós não vos esquecemos, não vos esqueceremos». E agora o País não

lhes pode virar as costas e os apoios prometidos têm de chegar efetivamente ao terreno, a quem precisa desse

apoio.

Todos temos de nos unir e encontrar soluções que ajudem aquele território a reerguer-se das cinzas, na

recuperação das empresas e do emprego, na dinamização do meio rural, na prioridade ao ordenamento florestal,

no reforço das unidades de saúde, no apoio social aos mais carenciados, aos desempregados, no apoio

psicológico àqueles que precisam desse mesmo apoio. É que, meus senhores, nestes dias, o Estado português

falhou, falhámos todos porque não fomos capazes de salvar a vida daquelas 64 pessoas. Por isso, queria dizer-

vos que conheço bem aquela gente, gente generosa, humilde, corajosa, e sei que não vão desistir. Tenho a

certeza de que vão precisar do nosso apoio e com o apoio de todos vamos conseguir alavancar o renascimento

de uma região que ficará para sempre no nosso coração.

Aplausos do PSD e de Deputados do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, para uma intervenção na fase de

encerramento do debate, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro, do PSD.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Queria

dizer, no encerramento deste debate que, por um lado, sentimo-nos satisfeitos e, por outro, atónitos.

Satisfeitos, porque o Parlamento tem a obrigação de representar o interesse da população, o interesse dos

eleitores, o interesse daqueles que são os destinatários da nossa ação. Escrutinar o funcionamento da

Administração é um dos principais, senão mesmo o principal, objetivos de um Parlamento e da função

parlamentar. Por isso, creio que não merece sequer resposta querer dizer que este debate é um debate menor

ou um equívoco.

Por esse motivo eu digo que estou atónito. Estou atónito pela desvalorização que muitos grupos

parlamentares aqui fizeram do debate sobre a tragédia que aconteceu e estou atónito com os que teimam em

querer desviar a atenção das respostas que o País exige para debater a reforma da floresta, intoxicando o

debate de maneira a que não se responda ao essencial que hoje os portugueses querem saber.

Aplausos do PSD.

Vozes do PSD: — Exatamente!