O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 103

34

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Minhas senhoras e meus senhores, morreram 64 pessoas e há mais de

200, nossos concidadãos, que estão feridos e que não sabemos ainda o que lhes vai acontecer. Isto nunca

aconteceu até hoje! Temos obrigação de dizer ao povo português o que é que falhou, mas temos uma obrigação

maior, que é a de tranquilizar o povo português, de lhe devolver a confiança para que, nas aldeias por este País

fora, os idosos que estão em casas isoladas, as crianças que brincam na rua ou as famílias que vão de férias

para as suas terras possam ter um verão descansado, possam ter um verão confiante, sabendo que o Estado

vai lá estar se este fenómeno dos incêndios voltar a repetir-se à sua porta.

Aplausos do PSD.

É isso que motiva este debate.

Nós sabemos, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, que, objetivamente, houve uma grande

descoordenação. Ainda agora entidades públicas se contradizem umas às outras. Sabemos disto, sabemos que

os serviços de saúde não conseguiram dar a resposta que era necessária, ou não sabemos?

O Sr. Deputado João Oliveira teve o desplante de imputar ao Governo anterior a falta de meios e a sua

coordenação. Não brinquemos com coisas sérias. Hoje há um Governo que tem de assumir responsabilidades

e há grupos parlamentares que também têm de assumir as suas responsabilidades.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Claro! Mais nada! Proponham alterações, proponham o reforço de meios!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Srs. Deputados, cada um escolhe as matérias às quais quer dedicar

prioridade e preferência.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Miséria política!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Deputado João Oliveira, não lhe admito que diga que isto é miséria

política. Sabe porquê? Eu imagino o que os senhores diriam se estivéssemos na situação contrária, hoje.

Imagino aquilo que o senhor diria!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Teresa Morais (PSD) — Já teriam pedido a demissão do Governo todo!

Protestos do PCP.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Eu já cá estava em 2003, quando aqui viemos fazer uma reunião plenária

a meio de agosto, como cá estive em 2005, em 2006 e em 2014, e sempre, do lado do PSD, quisemos dar

responsabilidade, sobriedade e serenidade a um debate tão melindroso e tão sensível como este.

Vozes do PCP: — Oh…!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas cada um escolhe o que é prioritário na sua ação política. Eu respeito,

embora não compreenda, que os senhores queiram estar agora concentrados na reforma da floresta, mas há

uma coisa que os senhores também têm de ter, que é respeito pela nossa escolha e a nossa escolha hoje é não

silenciar, a nossa escolha hoje é dar tranquilidade, é instar o Governo.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O Governo não está numa situação confortável e sabemos disso, Sr.ª

Ministra, Srs. Secretários de Estado, mas impõe-se que haja decisões, impõe-se que haja respostas, impõe-se