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I SÉRIE — NÚMERO 103

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Foi por isso que, da parte do Governo, como sabemos, ninguém ficou à espera: o Primeiro-Ministro tomou

iniciativas bem concretas para que, do lado das entidades mais relevantes, seja no domínio do esclarecimento

das incidências climatéricas, seja no domínio do esclarecimento sobre os dispositivos de segurança no terreno,

seja no que diz respeito às condições de exercício das comunicações, tudo pudesse ser esclarecido. E está a

ser esclarecido.

Igualmente, a Sr.ª Ministra da Administração Interna, levando também mais longe esse propósito, determinou

uma avaliação estrutural às condições tecnológicas em que funciona o SIRESP e, em consequência disso, o

que poderá ser feito para o aperfeiçoar. Mas a Sr.ª Ministra determinou ainda uma auditoria às condições de

gestão concreta das entidades móveis articuladas no mesmo Sistema. E também teve ocasião de nos dizer

ontem, em comissão, que está tomada uma decisão de caráter urgente para que, através de um ajuste direto,

as ligações a satélite por parte das antenas móveis inoperacionais sejam colocadas em adequado

funcionamento tecnológico.

O Governo não está, portanto, parado. E, ao mesmo tempo que temos muitas perguntas em comum,

nomeadamente sobre o fenómeno da dinâmica de fogo que ocorreu em Pedrógão Grande, sabemos que o

Governo desenvolveu igualmente a diligência para que essa avaliação pormenorizada seja também feita com

caráter científico.

No entanto, desde o primeiro momento, sabemos que, a par do esforço para combater os incêndios, se

verificou um não menor esforço naquilo que é fundamental: por um lado, o apoio humanitário, psicológico e

social às populações e às vítimas, por outro, o esforço de reestruturação de que nos falou aqui, agora mesmo,

o Sr. Ministro Pedro Marques.

Mas não deixa de ser estranho, se é que ainda nos podemos admirar, que, tendo o PSD tomado a iniciativa

deste debate, supostamente em nome da preocupação com o apoio às populações, no momento em que se

deve falar das ações positivas que estão a ser desenvolvidas no terreno em todas as frentes, não tivesse uma

única questão para colocar ao Governo, precisamente sobre aquilo que mais importa.

Aplausos do PS.

Se estávamos na hora exata das perguntas, é muito estranho que nada tenham querido saber sobre o esforço

de reconstrução.

A Sr.ª Elza Pais (PS): — Muito bem!

O Sr. Jorge Lacão (PS): — Afinal de contas, talvez este debate tenha sido um equívoco da parte de quem

o promoveu, porque, se não fosse um equívoco, tanto os aspetos da reestruturação mais imediata quanto aquilo

que ontem foi aqui referido pelo Sr. Primeiro-Ministro, no sentido de criar na zona de Pedrógão e dos concelhos

adjacentes um projeto-piloto de reordenamento florestal, nos levaria também a pôr aqui em evidência a

importância dessa iniciativa.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Lacão (PS): — Nem uma coisa nem outra mereceu a atenção do PSD.

Afinal de contas, o que o PSD aqui nos trouxe foi, no essencial, conversa de ouvir dizer,…

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Eh!…

O Sr. Jorge Lacão (PS): — … mas conversa de ouvir dizer é aquilo de que os portugueses menos precisam

neste momento.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem, agora, a palavra, também para uma intervenção, a Sr.ª

Deputada Margarida Balseiro Lopes.