30 DE JUNHO DE 2017
29
O Sr. Ministro da Agricultura também já admitiu a possibilidade de, no contexto dos apoios à reposição do
potencial produtivo agrícola mas também florestal, os mecanismos serem, por exemplo, de avisos de
candidaturas excecionais só para aqueles territórios e não para todo o território que poderia estar abrangido.
Vamos ver quais as medidas necessárias, no concreto, mas onde os fundos comunitários possam não
conseguir apoiar, estamos a trabalhar com a Comissão Europeia para encontrar outros instrumentos.
O mais importante, em qualquer caso, é uma abordagem integrada e, sim, Sr. Deputado João Gouveia, é
mesmo intenção do Governo que se trate de uma estratégia de reposição, de reconstrução daquelas
comunidades naquilo que é mais urgente, mas também naquilo que é mais importante.
Cuidámos do apoio social, do apoio em saúde nas primeiras horas, nos primeiros dias, passámos a cuidar
também da transformação das condições de habitação, porque há muitas casas afetadas — o levantamento
minucioso permitir-nos-á, nos próximos dias, saber como avançar, em cada situação, na questão da habitação
—, mas, depois, importa a reposição do potencial económico, que é o que dará qualidade de vida, emprego e
sustentabilidade àqueles territórios e àquelas famílias.
Por isso, na agricultura, na floresta, na agroindústria, na indústria, mas também no turismo, Sr. Deputado,
queremos ajudar de forma integrada aquela comunidade.
Hoje mesmo, o Turismo de Portugal está reunido no terreno com as empresas do setor turístico mais
afetadas, para, com elas, construir uma campanha dirigida ao mercado nacional, de modo a convocarmos
também a solidariedade dos portugueses, mantendo os níveis de turismo e de procura daquela região. E
queremos fazê-lo, como o fizemos na primeira semana, com ações dirigidas igualmente ao mercado
internacional.
Todas estas áreas estiveram envolvidas e houve uma mobilização integrada, coordenada, dos meios do
Estado, em fortíssima parceria com as autarquias, porque só assim faz sentido, para proporcionar primeiro, nas
horas mais urgentes, o apoio imediato às populações, mas também para atuar estrategicamente e reconstruir
aquelas comunidades, fazendo renascer as comunidades mais afetadas.
É assim que continuaremos a trabalhar, ou seja, continuaremos a procurar dar mais futuro àquelas famílias,
dar mais futuro àquelas comunidades, porque, como há pouco afirmei, honrar a memória dos que partiram é
ajudar os que ficaram e reconstruir o futuro daqueles concelhos, abrangendo todos os que foram afetados por
aqueles incêndios, tratando particularmente da situação das habitações, nomeadamente nos concelhos muito
afetados no que diz respeito à destruição de habitações, mas também apoiando a economia, apoiando a floresta,
apoiando a agricultura, apoiando a subsistência e a força que aquela comunidade tem de voltar a alcançar.
O Estado não faltará, as autarquias, certamente, não faltarão, a solidariedade nacional e da comunidade
local não há de faltar para reconstruirmos aquela comunidade. Estamos muito, muito empenhados nisso mesmo,
Sr. Deputado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, uma vez mais, não se registam pedidos de
inscrição.
Pausa.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Creio que o
modo como o debate tem decorrido nos tem demonstrado o essencial do que deve estar em causa.
Quando se fala de abertura e de transparência, pela nossa parte, sabemos perfeitamente do que temos
estado a falar. Em primeiro lugar, porque manifestámos, desde a primeira hora, inteira disponibilidade para
participar de um consenso alargado, no sentido de que uma entidade genuinamente independente possa
averiguar e avaliar todos os aspetos complexos ligados à tragédia de Pedrógão Grande, mas, em segundo lugar,
porque temos acompanhado e apoiado a forma como o Governo, igualmente solidário com este propósito inicial,
tem, ele mesmo, contribuído para que todos os aspetos sejam esclarecidos sem qualquer ambiguidade e sem
qualquer zona cinzenta.