O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6 DE JULHO DE 2017

15

Sr.as e Srs. Deputados, o que é verdade e está objetivamente comprovado é que o SIRESP falhou. Se falhou

durante 14 horas e 30 minutos, como uns dizem, ou se falhou intermitentemente, como dizem outros, não

podemos desvalorizar o facto. Falhando poucas ou muitas horas, ou intermitentemente, ou com saturação, o

que é verdade é que o SIRESP falhou.

Àqueles que ainda querem atribuir responsabilidades a governos anteriores, do PSD e do CDS-PP, sobre a

aquisição do SIRESP, relembro um facto objetivo que aconteceu no tempo do Governo do Eng.º José Sócrates,

cujo Ministro da Administração Interna era o atual Primeiro-Ministro.

Este Governo decidiu declarar a nulidade do negócio.

Pergunto: tendo em conta que havia um sistema que tinha tantas vicissitudes, que estava tão mal, que tinha

sido tão mal negociado, que tinha tantos interesses na sua génese, porque é que nesta altura, quando foi

denunciado e quando foi anulado, o novo Governo e o Primeiro-Ministro, que era na altura o Ministro da

Administração Interna, não fizeram um novo SIRESP, um novo concurso e um novo modelo? Antes pelo

contrário, optaram por renegociar o contrato.

Aplausos do PSD.

Dessa negociação, em 5 de maio de 2006, a comissão de avaliação desta PPP registou três alterações:

foram eliminados módulos não essenciais e procedeu-se à extinção dos centros do Porto, Madeira e Açores; foi

eliminada a funcionalidade de gestão de faturação; e, mais importante — é a esta alteração que me quero referir

—, foi eliminada a etapa de arranque, ou seja, foi feita uma simplificação do procedimento de aceitação do

sistema por se considerar que os testes e verificação do desempenho previstos, bem como o sistema de

penalização por falhas que foi desenhado, acautelavam, de forma adequada, os objetivos definidos para a rede

SIRESP. Isto está escrito num acórdão do Tribunal de Contas.

Tudo isto para poupar cerca de 50 milhões de euros.

Sr.as e Srs. Deputados, contra factos não há argumentos.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!

O Sr. JoséSilvano (PSD): — O PSD em todo este processo está de consciência tranquila, tanto quando

falamos dos incêndios, como da fita do tempo, como deste contrato, e está disponível para o discutir em todas

as suas formas.

Se o Partido Socialista quiser mudar este modelo e aperfeiçoá-lo, tem aqui os seus parceiros para isso, não

precisa do PSD. Mas nós não iremos ser obstáculo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado José Silvano, a Mesa registou a inscrição, para pedir esclarecimentos,

dos Srs. Deputados José Manuel Pureza, do BE, e Fernando Anastácio, do PS.

Entretanto, o Sr. Deputado José Silvano informou a Mesa de que pretende responder em conjunto.

Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado José Manuel Pureza.

O Sr. JoséManuelPureza (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado José Silvano, falou

de preconceito ideológico. Vamos, então, falar de preconceito ideológico.

Sr. Deputado, gostava que ouvisse com toda a atenção o que vou passar a ler: «O SIRESP é uma daquelas

ruinosas PPP em que o Estado nos enfia de tempos a tempos. Talvez a pior de todas elas. É um clássico: na

maioria das PPP, o lucro fica nos privados e o prejuízo passa para o público. O risco está todo do lado público,

é verdade, mas ao menos há um serviço prestado ao País. Não no caso do SIRESP. Aqui, o contribuinte paga,

tem todo o risco do seu lado e nem sequer tem direito ao serviço. O SIRESP é um consórcio de falidos. PT,

BPN, BES… estão todos lá». Estas palavras, Sr. Deputado José Silvano, são de alguém que seguramente tem

um enorme preconceito ideológico — chama-se Carlos Carreiras e é um dos mais importantes dirigentes do

Partido Social Democrata.