20 DE JULHO DE 2017
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que vivem no estrangeiro, o recenseamento é opcional e presencial, o que acarreta, evidentemente, grandes
constrangimentos, tanto em custos de deslocação, como na sua vida pessoal e familiar, para fazerem algo que,
para os portugueses, para os eleitores residentes no País, é feito de forma automática.
Da mesma forma, os cidadãos portugueses que residem no estrangeiro pagam para votar cada vez que
votam por correspondência, tendo de custear o valor do envio do voto por correspondência, o que coloca,
evidentemente, estes eleitores numa clara desvantagem em relação aos cidadãos residentes em Portugal.
O exercício da democracia, a consagração da igualdade entre todos os portugueses e portuguesas, o
combate à abstenção e a promoção da participação política são também a razão pela qual o Bloco de Esquerda
já apresentou dois projetos de lei que vão no sentido do que é reivindicado nesta petição.
Um deles propõe a gratuitidade do voto por via postal para os eleitores portugueses residentes no estrangeiro
e saliente-se que este aperfeiçoamento do voto por correspondência não conflitua, também, com possíveis
soluções de voto eletrónico, que estão, aliás, a ser estudadas e cujo estudo técnico está atualmente a decorrer,
aqui, na Assembleia da República.
O outro projeto do Bloco de Esquerda propõe que o recenseamento eleitoral seja oficioso, obrigatório,
permanente e único para todas as eleições por sufrágio universal e direto e referendos. O processo torna-se,
assim, o mesmo que é usado para os cidadãos portugueses que residem em Portugal, ou seja, através da
atualização da morada indicada no Cartão de Cidadão e, portanto, automático. Prevê-se, ainda, a possibilidade,
neste projeto do Bloco de Esquerda, de os eleitores portugueses residentes no estrangeiro optarem por votar
nos Deputados do país de residência para o Parlamento Europeu, devendo, nesse caso, expressar essa sua
vontade por via de declaração formal.
O Bloco de Esquerda considera que, por esta via, se promove a igualdade de tratamento e se garante a
coesão nacional e, portanto, saudamos, mais uma vez, os peticionários por esta iniciativa, dizendo que o Bloco
de Esquerda acompanha, evidentemente, estas preocupações e estas reivindicações.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Vânia Dias da Silva para uma
intervenção.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A primeira palavra que,
obviamente, aqui quero deixar é de agradecimento e de reconhecimento aos peticionários pelo trabalho que
prestam e pela forma como levam Portugal mais longe, no estrangeiro, e neles saudar todos os emigrantes
portugueses que merecem o justo reconhecimento da Assembleia da República.
Todos os nossos emigrantes ajudam a construir um país melhor e têm levado o nosso País e a nossa cultura
mais longe, ajudando Portugal a desenvolver-se.
Quero também deixar aqui, nas pessoas dos Srs. Peticionários, uma palavra particular de solidariedade aos
portugueses que têm sofrido nas mãos de regimes totalitários, como é o caso, por exemplo, da Venezuela,…
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — … que renegam a democracia e…
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — … que põem em perigo a vida de milhares e milhares de
portugueses que são forçados a deixar tudo para trás, desfazendo toda uma vida de trabalho.
Esta é uma situação preocupante, que o CDS tem acompanhado e que não deixará de acompanhar e de
prestar especial cuidado e atenção.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Exatamente!