20 DE JULHO DE 2017
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também a nossa disponibilidade, o nosso tempo, a nossa simpatia, o nosso sorriso, a nossa capacidade de
contribuir para o bem-estar de todos. Quando fazemos isto, estamos a contribuir para a criação de uma vida
mais feliz, para nós e para os outros. Nós somos criadores da nossa vida.’
A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu pesar pelo falecimento de Francisco
Varatojo e endereça aos seus familiares e amigos as suas sentidas condolências.»
O Sr. Presidente: — Vamos votar.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Segue-se o voto n.º 366/XIII (2.ª) — De pesar pelo falecimento de Liu Xiaobo (PAN e 2 Deputados do PS),
que vai ser lido pelo Sr. Secretário António Carlos Monteiro.
O Sr. Secretário (António Carlos Monteiro): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte
teor:
«Faleceu no passado dia 13 de julho de 2017 Liu Xiaobo, ativista chinês pelos direitos humanos, professor,
escritor, crítico literário e Prémio Nobel da Paz. Nascido em Changchun em 1955, Liu Xiaobo direcionou o seu
percurso académico pelo caminho das Letras e das Humanidades. Professor universitário, foi docente convidado
em várias universidades, na Europa e nos Estados Unidos da América.
Em 1989, no início dos protestos pró-democracia na praça de Tiananmen, Liu Xiaobo abandonou a
Universidade de Columbia e regressou à China para participar nestas manifestações, colaborando ativamente
nos processos de negociação para a libertação pacífica de uma grande maioria dos estudantes em protesto,
salvando a sua vida. Foi a partir deste momento que este ativista cravou o seu nome na senda da luta pelos
direitos humanos na China.
Em 2009, 20 anos depois, Liu Xiaobo foi condenado à prisão, por 11 anos, pelos tribunais chineses por ter
ajudado a construir um documento subscrito por milhares de cidadãos e cidadãs que exigia uma reforma política
na China.
Em 2010 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz, mas no seu lugar foi uma cadeira vazia que acolheu o
Prémio. Liu Xiaobo estava detido injustamente. Liu Xia, pintora, poeta e fotógrafa, mulher do ativista, foi
condenada à prisão domiciliária no seguimento da atribuição do prémio e o Governo chinês criticou a decisão
da Academia norueguesa que, aos olhos do regime vigente, premiou um criminoso subversivo.
Mas a luta de Liu Xiaobo nada tem de criminosa. É subversiva, sim, pois contraria um modelo político que
fecha constantemente os olhos aos direitos, liberdades e garantias. É corajosa, pois desafia o poder
estabelecido. É humana, pois coloca os direitos humanos no centro da reflexão política. É esperançosa, pois
continua, e continuará, a dar alento à ação de milhares de ativistas dissidentes que trabalham diariamente para
uma China democrática e para a construção de uma consciência mundial que rejeita um progresso económico
dissociado dos direitos humanos. É por isso nosso dever não fazer esquecer a ação de Liu Xiaobo e honrar a
sua luta no mínimo contributo que possamos oferecer.
A Assembleia da República, reunida em sessão plenária em 19 de julho de 2017, expressa o seu mais
profundo pesar por esta triste perda e presta homenagem a Liu Xiaobo, expressando as mais sentidas
condolências à sua família, amigos e à comunidade ativista chinesa.»
O Sr. Presidente: — Vamos votar.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do BE, do CDS-PP e do PAN, votos
contra do PCP e a abstenção de Os Verdes.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr. Deputado?