21 DE SETEMBRO DE 2017
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Além disso, a ERSAR elabora um relatório técnico anual, com base nos dados disponibilizados pelas
entidades gestoras, referente à qualidade da água para consumo, que disponibiliza ao público através do seu
sítio na Internet.
No entanto, apesar de toda esta informação disponibilizada, sabemos que a mesma, muitas das vezes, não
chega a todos os consumidores.
Assim, entendemos que se pode melhorar ainda mais tal informação, garantindo que esta chegue mais
facilmente a todos os consumidores, pelo que deverá o Governo, em colaboração com a ERSAR, encontrar a
melhor forma de o fazer, pois entendemos que a inserção de mais esta informação na fatura mensal pode causar
confusão nos consumidores e, assim, não cumprir o seu objetivo, pois, como todos sabemos — e é essa a
questão, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia —, a fatura da água é já atualmente bastante densa e de difícil
interpretação por parte dos consumidores, sendo, pois, de evitar mais dificuldades nesse sentido.
Essa é a razão pela qual apresentamos o nosso projeto, que tenta evitar misturar muita informação num só
documento mas contribuindo para aumentar a transparência em relação à qualidade do serviço prestado ao
cidadão.
Além disso, torna-se necessário, caso estas iniciativas sejam aprovadas, a audição de várias entidades sobre
a matéria, como, por exemplo, a Associação Nacional de Municípios Portugueses ou a ERSAR, entre outras.
Em conclusão, e para terminar, está o CDS disponível para, na especialidade, encontrarmos o melhor
caminho que compatibilize o interesse do consumidor, quer quanto à transparência dos dados,…
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): — … quer quanto à acessibilidade fácil a esse conhecimento, e
não nos parece que a inserção da qualidade da água na fatura mensal seja o melhor caminho para isso, embora
concordemos com o princípio aqui apresentado por Os Verdes, que é exatamente o nosso interesse, de
conseguirmos que os consumidores possam ter mais transparência no acesso a dados.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Frexes, do
PSD.
O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Debatemos hoje o estabelecimento
obrigatório de informação ao consumidor na fatura de água sobre dados relativos à qualidade de água para
consumo e ao encaminhamento de resíduos para operações de gestão.
Quero dizer desde já que nada temos a opor a um melhor esclarecimento e a uma melhor informação dos
consumidores.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vai daí?…
O Sr. Manuel Frexes (PSD): — No entanto, a lei, através do Decreto-Lei n.º 306/2007, já regula esta matéria
com detalhe e com exaustão, incluindo as regras e o modo de divulgação do controlo da água para consumo
humano.
Felizmente, a qualidade da água é hoje, em Portugal, uma realidade segura e consolidada. Dou um exemplo:
as empresas do grupo Águas de Portugal, que são responsáveis por 80% do fornecimento da água consumida
pelos portugueses, apresentam indicadores de qualidade de água de 99,9%. Repito: há muitos anos que este
excelente nível de qualidade é obtido — 99,9% de qualidade de água — de uma forma constante e sistemática.
Ora bem, a fatura de água, como qualquer fatura de serviços públicos, deve conter os elementos que possam
elucidar o consumidor e não complicar a sua leitura, deve esclarecer e não confundir. Sabemos que a principal
preocupação do consumidor perante a sua fatura de água, e outras faturas, nomeadamente a da energia, às
vezes, é a complexidade e a dificuldade de leitura da própria fatura, designadamente a questão do preço e,
sobretudo, a complexidade do tarifário.