4 DE OUTUBRO DE 2017
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pode considerar admissível. Falta agora resposta para os edifícios privados e para as pessoas que foram
expostas ao longo de anos a este material.
Entendemos que é urgente a resposta política e a generalização e ativação do programa de remoção do
amianto em todo o edificado do território nacional. Estes projetos são, assim, um bom começo, mas há que
aprofundar as medidas e avançar na sua execução.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, foi uma estreia brilhante, respeitando o tempo de que dispunha, além
do interesse do conteúdo da intervenção, evidentemente.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria da Luz Rosinha.
A Sr.ª Maria da Luz Rosinha (PS): — Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Deputados, muito boa tarde.
Hoje apreciam-se aqui quatro diplomas, que, em termos finais, têm todos o mesmo objetivo: identificação e
remoção do amianto nos edifícios, instalações e equipamentos em empresas.
Para isso, sobre a questão do amianto em edifícios, vale a pena lembrar que, desde o momento em que o
atual Governo constituiu um grupo de trabalho para apurar a existência deste material em edifícios públicos,
foram sinalizados mais de 2660 estruturas. Este resultado revelou que as diligências levadas a cabo pelo anterior
Governo tinham sido insuficientes, já que a lista elaborada entre 2011 e 2015 assinalava somente 339 estruturas.
Os 2357 edifícios identificados como contendo amianto foram avaliados de forma completa e não apenas
presuntiva. Neste sentido, estabeleceu-se uma priorização das estruturas a intervencionar, tendo-se já resolvido
perto de 200, das cerca de 400 que se assinalaram como urgentes e das quais se destacam os edifícios
escolares.
Este foi um passo determinante relativamente à remoção de materiais contendo amianto nos edifícios onde
se prestam serviços públicos, suportado pela Resolução do Conselho de Ministros do dia 8 de junho, em que se
estabeleceram as regras para se proceder, até 2020, à remoção desses materiais.
Para a concretização destas intervenções, o Governo garantiu que no Plano Nacional de Reformas constasse
uma verba superior a 300 milhões de euros, a ser financiada pelo Banco Europeu de Investimento e pelo Banco
de Desenvolvimento do Conselho da Europa, para erradicar a presença do amianto em edifícios públicos que
sirvam o público.
Erradicar até 2020 o amianto dos edifícios públicos onde se prestam serviços foi o compromisso que o
Governo assumiu e que está a cumprir.
As propostas que hoje os vários partidos apresentam e que se alargam a todos os edifícios onde se
desenvolvem atividades laborais alertam-nos, também, para a necessidade de se proceder ao levantamento dos
edifícios empresariais onde estes materiais estejam presentes.
Concordamos que o Governo estabeleça critérios para que as empresas procedam a essa avaliação nas
suas estruturas, que apresentem um projeto com a respetiva definição de custos e que se possibilite o acesso
a candidaturas a fundos comunitários, no quadro comunitário 2030, para a sua remoção.
Acreditamos, igualmente, que o Governo estará disponível para proceder a uma articulação entre a legislação
existente e a uma simplificação administrativa e a especificar a responsabilidade da implementação das medidas
corretivas em casos onde existam, por exemplo, várias empresas no mesmo edifício, contribuindo, desta forma,
para o respeito e para o valor da saúde de todos os trabalhadores.
O Partido Socialista defende que a exigência aplicada aos edifícios públicos se deve estender aos privados,
tendo em conta que a importância da saúde é igual para todos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Álvaro Castello-Branco.
O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As iniciativas legislativas
hoje em discussão tratam de um tema muito importante, para não dizer preocupante, que sempre
acompanhámos de perto e que já muitas vezes foi discutido na Assembleia da República.