3 DE NOVEMBRO DE 2017
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isso, na decorrência do Conselho Nacional da Água, foi adotado um plano de poupança e de informação ativa
dos portugueses sobre a forma como cada um de nós, no mais simples gesto, pode contribuir para poupar água,
que é um bem precioso e imprescindível à vida dos seres humanos, de todos os seres vivos, e também à nossa
agricultura.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos entrar agora na segunda fase de pedidos de esclarecimento.
Para esta fase estão inscritos Deputados do PSD, do PS, do BE, do CDS e do PCP.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim.
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, reincidiu, uma vez mais, neste
debate, em acusar o PSD de frustração, porque aquilo que eventualmente o PSD previa…
O Sr. JoãoGalamba (PS): — Eventualmente não! Realmente!
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — … que ia acontecer em termos económicos e financeiros não se
realizou. Vou devolver, Sr. Primeiro-Ministro, essa acusação.
Tudo aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro disse antes de o ser, na campanha para as legislativas de 2015, que
perdeu, e quanto às linhas-mestras do seu programa económico-financeiro, que prometeu na Assembleia da
República, tudo isso caiu pela base.
O Sr. Primeiro-Ministro disse que a economia ia crescer através aumento do consumo, mas não é isso que
está a acontecer.
Protestos do Deputado PS João Galamba.
O Sr. Primeiro-Ministro desdenhou o papel das exportações no crescimento económico, ao contrário do que
tinha feito o Governo anterior. Pois é através das exportações, nomeadamente, do turismo, que a economia está
a crescer e que se está a dar o equilíbrio das contas públicas.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, o único motivo de regozijo e de não frustração
de V. Ex.ª é, de facto, estar a ver os partidos da extrema-esquerda radical a «comerem» tudo aquilo que
disseram e prometeram em termos programáticos antes, durante e depois das eleições legislativas de 2015.
Compreendo esse regozijo, Sr. Primeiro-Ministro!
Aplausos do PSD.
Sr. Primeiro-Ministro, o País conheceu uma tragédia sem precedentes nestes incêndios florestais: foram 110
mortos e mais de 500 000 ha ardidos. Aquilo a que o País assistiu foi a uma balbúrdia completa no sistema de
proteção, prevenção e combate aos incêndios. Aquilo que o País viu foi falta de liderança por parte das entidades
governamentais. Aquilo que o País viu foi falta de coordenação.
Mas o País viu também outra coisa: o Sr. Primeiro-Ministro há mais de uma década, quando era ministro da
Administração Interna, montou um sistema, do qual o Sr. Primeiro-Ministro é o pai, a mãe e o rosto, o SIRESP
(Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), e nós sabemos o que é que aconteceu
ao SIRESP durante o período de incêndios; o Sr. Primeiro-Ministro celebrou os contratos dos Kamov, e nós
sabemos o que está a acontecer; o Sr. Primeiro-Ministro foi quem acabou, na prática, com os guardas florestais
e é reconhecido por toda a gente e por todos os relatórios que conhecemos que, de facto, os guardas florestais
fizeram muita falta neste período de incêndios; o Sr. Primeiro-Ministro montou a Autoridade Nacional de Proteção
Civil e não deixa de se autovangloriar disso mesmo, mas nós vemos o que é que as nomeações partidárias, o