7 DE DEZEMBRO DE 2017
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, temos de fazer, seguramente,
um enorme esforço para repor o desinvestimento acumulado no conjunto dos serviços públicos, e esse esforço
tem estado a ser feito.
O Sr. Deputado referiu-se a dois setores e eu vou começar por responder à questão que colocou sobre o
setor dos transportes.
Com as medidas que já foram adotadas, foi possível que a STCP (Sociedade de Transportes Coletivos do
Porto) aumentasse em 6% o número de utentes, que a Transtejo e a Soflusa aumentasse em 4% o número de
utentes e que a Metropolitano de Lisboa aumentasse em 8% o número de utentes. E isso tem acontecido graças
ao investimento de 10 milhões de euros na recuperação da frota da Transtejo e da Soflusa, ao investimento que
foi feito para a aquisição de 510 novos autocarros para um conjunto de sistemas de transportes em várias
cidades do País, num investimento total de 150 milhões de euros, à contratação de pessoal por parte da STCP
e, designadamente, de 30 novos motoristas para o metro, essenciais para pôr em funcionamento essas
composições que têm estado paralisadas.
É esse investimento — aliás, muito significativo, da ordem dos 500 milhões de euros — que será feito para
poder alargar a rede metropolitana de Lisboa e do Porto. É um esforço que temos de prosseguir, tal como temos
de prosseguir um esforço relativamente ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Desde 2015, temos mais 5800 profissionais no SNS, o que se traduziu em resultados concretos na
capacidade de produção. Temos mais 607 000 consultas nos cuidados primários, temos mais 50 000 consultas
hospitalares, temos mais 11 700 cirurgias nos hospitais do que tínhamos anteriormente.
Esse esforço de investimento é necessário prosseguir? Sim, é necessário prosseguir, e é isso que temos
vindo a fazer.
Por isso, hoje temos mais 36 novas unidades de saúde familiar do que tínhamos no final de 2015 e temos
mais 670 camas de cuidados continuados do que tínhamos em 2015.
Além disso, estamos a investir na ampliação e remodelação dos blocos operatórios do hospital da Figueira
da Foz, do centro hospitalar de Trás-os-Montes, da Unidade Hospitalar de Bragança; na construção do centro
hospital de Vila Nova de Gaia; na remodelação das urgências do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga,
do Barreiro Montijo e do Baixo Vouga; na expansão da capacidade do Centro de Medicina de Reabilitação da
Região Centro; na aquisição de um acelerador linear para o IPO de Lisboa; e no lançamento dos processos para
a construção do hospital de Lisboa Oriental, do hospital de Évora, do hospital do Seixal e do hospital de Sintra.
É um grande esforço de investimento que tem vindo a ser feito.
Como todos nós temos bem consciência, o retrocesso que tivemos, em particular nos quatro anos anteriores
a esta Legislatura, requer agora um esforço acrescido de contratação de pessoas e de investimento em
equipamento e instalações. Naturalmente, não se consegue fazer em dois anos o que durante quatro anos foi
destruído.
O Sr. HugoLopesSoares (PSD): — Não diga isso! Fica-lhe tão mal!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mesmo na trajetória que temos vindo a fazer relativamente à reposição dos
rendimentos, com a proposta de aumento do salário mínimo nacional que o Governo apresentou, acumulando
os aumentos que houve em 2016, em 2017 e o proposto para 2018, há um aumento de 15%.
Temos vindo a criar melhores condições para retomar a trajetória e reforçar a contratação coletiva. Em 2013,
tínhamos 300 000 trabalhadores cobertos pela contratação coletiva, em 2015 eram só 500 000 e, hoje, já são
800 000.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É este processo que temos de continuar a prosseguir, ao mesmo tempo que
dignificamos o trabalho, combatendo a precariedade, quer no setor público, quer no setor privado, melhorando
as condições para a contratação coletiva, continuando a melhorar as condições de vencimento dos
trabalhadores, como condição essencial para podermos ter menos desigualdades na nossa sociedade, e esse
é um objetivo que seguramente partilhamos.