7 DE DEZEMBRO DE 2017
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A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e demais Membros do Governo,
Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, começar esta minha
intervenção saudando o Governo português e também o Sr. Ministro Mário Centeno pela sua eleição para
Presidente do Eurogrupo. Parabéns, Sr. Ministro! Parabéns ao Governo português!
Aplausos do PS.
Num momento particularmente importante para o futuro da união económica e monetária (UEM) atribuir a
presidência do Eurogrupo ao Ministro das Finanças de Portugal, um País que foi sujeito a um programa de
assistência económica e financeira, é um duplo reconhecimento: é o reconhecimento do sucesso e da
credibilidade das políticas adotadas no País e é o reconhecimento de que esse sucesso e essa credibilidade
são relevantes para a formação de um novo consenso sobre o presente e o futuro da UEM.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro e Sr. Ministro Mário Centeno, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista gostaria
também de reforçar que a experiência portuguesa recente, que alia os objetivos de consolidação orçamental e
crescimento inclusivo, é, seguramente, uma mais-valia para os debates em curso sobre o futuro da UEM, um
projeto que deve promover a convergência económica e social entre os seus Estados-membros.
Parabéns ao Governo! Parabéns, Sr. Ministro! Fazemos votos de bom trabalho e também de boa sorte!
Aplausos do PS.
Sr. Presidente e Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de recentrar o tema do debate que aqui hoje nos traz, sobre
coesão social e redução das desigualdades, num tema de que a direita parlamentar não quer falar. E não o quer
fazer, porque, efetivamente, enquanto esteve no Governo, agravou as desigualdades entre os portugueses.
Porém, o Governo trouxe para o debate quinzenal um tema atual e importante para a vida dos portugueses
e um problema muito sério da sociedade portuguesa, que é frequentemente confrontada com a sua realidade
social. E fá-lo sem receio de ser confrontado com todos os números e com a serenidade de quem reconhece
que não está tudo feito em matéria de redução das desigualdades e de reforço da coesão social, mas que o
caminho percorrido não é tão preto quanto a direita aqui hoje o pintou quando falou de algumas das questões
relacionadas com estas matérias e, sobretudo, com a consciência de que há ainda muito para fazer e muito
caminho para desbravar.
Os dados apresentados contrariam esse cenário negro de que hoje aqui falaram e de que têm falado,
tentando desacreditar os últimos dados, que hoje foram trazidos aqui pelo Governo neste debate quinzenal e
que refletem a real situação económica e social e os níveis de bem-estar dos portugueses.
Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, uma das grandes conclusões que podemos retirar da leitura
destes dados é a de que afinal havia mesmo um outro caminho. E esse caminho não era o querer ir e ter ido
para além do que era exigido a Portugal, nomeadamente com políticas de ataque à dignidade das pessoas, que
foi aquilo que os senhores fizeram, de ataque às portuguesas e aos portugueses mais frágeis, a quem foram
cortadas ou subtraídas prestações sociais com base em preconceitos e em desinformação, mas que, em nome
do equilíbrio de umas contas públicas, ficaram aquém de poder estar equilibradas.
Portanto, tinha de haver outro caminho e traçou-se, efetivamente, outro caminho. Um caminho que não
maltratasse os portugueses, que precisavam que o Estado dissesse «presente» quando eles precisavam do
Estado, porque estes sempre estiveram presentes quando o Estado os convocou.
Foram portuguesas e portugueses que esta direita remeteu para situações de pobreza agravada, famílias
desprotegidas, pessoas de todas as idades. Enfim, foram nossos concidadãos a quem se fizeram muitas
malfeitorias, concidadãos que não viviam acima das suas possibilidades e que viram cortadas prestações sociais
que lhes asseguravam mínimos dignos de sobrevivência, porque tinham, como os senhores chegaram a afirmar
nesta Câmara, mas nunca conseguiram provar, mais de 100 000 € no banco. Aliás, os senhores ainda estão
hoje para nos explicar qual foi esse vosso critério…
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Bem lembrado!