7 DE DEZEMBRO DE 2017
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Nós não fomos eleitos para construir castelos no ar, nós fomos eleitos para dar respostas e soluções aos
problemas dos cidadãos europeus e das instituições europeias. É para isso que cá estamos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Vitalino Canas, do Grupo
Parlamentar do PS.
O Sr. Vitalino Canas (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e demais Membros do Governo, Sr.as e
Srs. Deputados: Não é um ato meramente cerimonial que, neste debate sobre assuntos europeus, destaquemos
e saudemos aquilo que já foi saudado no debate anterior pelo Grupo Parlamentar do PS, que é a eleição do
Ministro das Finanças deste Governo para a presidência do Eurogrupo. Nós conhecemos a Europa e sabemos
bem o que isto representa. Sabemos bem que, para esta eleição ter sido conseguida, foi necessário um
consenso entre Governos de várias proveniências, de vários posicionamentos, de várias geografias. Sabemos
bem que esta eleição só foi possível pelas qualidades pessoais do Ministro, só foi possível porque o Governo
português é visto com agrado pelos resultados que obtém a nível nacional e a nível europeu e só foi possível
porque o Governo português também foi capaz de fazer a promoção desta candidatura e convencer os seus
parceiros europeus. Por isso, não é meramente cerimonial destacar aqui essa circunstância.
Sr. Primeiro-Ministro, a agenda do Conselho Europeu reflete que, em vários e fulcrais domínios, a União
Europeia deixou de estar numa posição meramente defensiva ou reativa, passando a assumir o risco próprio de
decisões que visam o aprofundamento em áreas essenciais.
Enquanto outros, infelizmente, regridem, como sucedeu com a inexplicável recusa da Administração
americana em participar no processo de construção de um consenso global em torno da imigração, enquanto
isso sucede noutros domínios, noutras áreas, a Europa continua a preservar os seus valores e a aprofundar
esses mesmos valores.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Muito bem!
O Sr. Vitalino Canas (PS): — Das questões relacionadas com as temáticas centrais deste Conselho Europeu
há uma que emerge com vigor, que é a questão relacionada com a Cooperação Estruturada Permanente.
Teremos, de seguida, um debate sobre o tema e o Partido Socialista irá, mais uma vez, exprimir a sua
posição. Queria apenas dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que vemos com muito agrado que Portugal esteja na linha
da frente como um dos Estados-membros fundadores da Cooperação Estruturada Permanente.
Queria também focar, deixando o tema à Sr.ª Deputada Carla Tavares, que de seguida irá falar da Cimeira
Social para o Emprego Justo e o Crescimento, de Gotemburgo, e dos seus resultados, três áreas: a educação
e a cultura, o aprofundamento da União Económica e Monetária e as negociações com o Reino Unido.
Começo, Sr. Primeiro-Ministro, por abordar uma área normalmente pouco tratada no contexto europeu, a
área da educação e da cultura. Vemos, com muito agrado, que se está a planear incrementar o programa
Eramus +; que se pretende fazer uma rede de universidades europeias com programas combinados; que se
pretende lançar o multilinguismo; que se pretende promover a mobilidade dos estudantes; que se pretende
lançar processos de reconhecimento mútuo dos diplomas do ensino superior. Sublinhamos isto, Sr. Primeiro-
Ministro, porque esta é a verdadeira integração europeia, é a integração dos cidadãos jovens, que, desde o
início, na escola, são habituados a integrar-se na Europa, no projeto europeu, e isso merece ser aqui sublinhado.
À margem do Conselho Europeu, haverá a Cimeira do Euro e serão tratados temas importantes. O Sr.
Primeiro-Ministro já referiu aqui, mais de uma vez, a posição do Governo português, e também do Partido
Socialista, em relação ao aprofundamento da União Económica e Monetária. Hoje mesmo, a Comissão Europeia
lançou um roteiro para esse aprofundamento. É ainda tímido o conjunto de propostas feitas, mas iremos
acompanhar certamente este debate.
Sr. Primeiro-Ministro, finalmente, queria sublinhar que, no que diz respeito às negociações para a saída do
Reino Unido da União Europeia, estas sofreram um progresso assinalável, começando a haver um princípio de
acordo em relação às questões financeiras, em relação à proteção dos direitos dos cidadãos e em relação à