I SÉRIE — NÚMERO 31
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que são inaceitáveis as opções políticas e a atuação política de quem «deixa correr o marfim», de quem deixa
as coisas agravarem-se e diz que, depois, um dia, tudo se há de resolver.
Foi isto que o PSD e o CDS fizeram ou provocaram com a sua atuação e é isso que não aceitamos que se
faça, tal como não contribuiremos para que, novamente, a situação se verifique.
Quando ouvimos falar na degradação dos transportes públicos e das empresas públicas e privadas, Sr.
Deputado, porque não falou aqui da brutal precariedade dos trabalhadores da Metro do Porto,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — … da subcontratação, da sobre-exploração, das condições de trabalho altamente
negativas e inaceitáveis que são impostas àqueles trabalhadores, quando se vê o investimento adiado naquelas
empresas e naqueles serviços,…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Mas o Governo não é seu?!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — … nós lembramos aqui, aliás, uma questão muito importante: há bem poucos
meses…
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Termino, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, há bem poucos meses, no debate orçamental, o PCP propôs o reforço de verbas para
a manutenção e a operação na Transtejo, na Soflusa e na Metropolitano, o qual teria sido aprovado se os
senhores tivessem votado a favor.
Vozes do PCP: — Ora!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Os senhores não votaram a favor, foi chumbado e, agora, vêm queixar-se de
que os serviços não funcionam. Tenham pena, Srs. Deputados, e tenham vergonha na cara!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — A última declaração política da tarde é da Sr.ª Deputada Maria
Luís Albuquerque, do Partido Social Democrata.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero começar por, em nome da
bancada parlamentar do PSD, desejar a toda a Câmara e a todos os portugueses um Bom Ano de 2018.
Queremos um novo ano em que o Estado não falhe aos cidadãos na proteção do valor supremo da vida
humana, um ano em que os alunos tenham comida em condições nas cantinas das escolas e em que o
aquecimento possa ser ligado, um ano em que os doentes não tenham de esperar horas sem fim nas urgências
porque o Governo recusou a contratação de médicos e enfermeiros em número suficiente, um ano em que os
impostos que pagamos sirvam de facto para que o Estado nos preste serviços de qualidade e assegure a
solidariedade a quem precisa.
Queremos um ano em que a maioria respeite o Parlamento e os portugueses e não impeça o apuramento
da verdade, como no triste caso da Caixa Geral de Depósitos.
Mas olhando para o ano de 2018, agora que começa, queremos que ele seja usado também para preparar
todos os anos que se seguirão. Queremos um País que não viva eternamente embalado pela conjuntura, que
hoje é positiva mas que não será sempre assim.
Sabemos que os fatores que têm assegurado as melhorias económicas não durarão para sempre: os efeitos
das reformas estruturais levadas a cabo na anterior Legislatura esgotar-se-ão se estas não forem aprofundadas;
o apoio do BCE, que assegura que o custo da nossa dívida se mantém comportável e que tem estimulado o