I SÉRIE — NÚMERO 34
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O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem de terminar.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Acho que demos passos muito importantes e o que é fundamental num debate sério sobre este assunto é
verificar e sublinhar em que medida as comunidades migrantes são importantes para o nosso futuro. Elas são
importantes porque contribuem com os seus impostos, com as suas contribuições para a segurança social,…
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não é nada disso que está em causa!
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — … com o seu suor, quotidianamente, para construir um país melhor. E
devem poder aceder à nacionalidade portuguesa quando preencherem os requisitos. Não nos desviaremos
deste propósito.
Não há nenhuma pulsão securitária que nos vá alterar os princípios estruturantes da forma como encaramos
a legislação sobre imigração e sobre o acesso à cidadania e à nacionalidade portuguesa.
Aplausos do PS e do Deputado do BE José Manuel Pureza.
Protestos do Deputado do CDS-PP Telmo Correia.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado
Carlos Abreu Amorim.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Já era esperado e correspondia às
minhas expectativas que se tentassem criar labéus e agitar fantasmas de extremismos, de teses anti-imigração
que, pura e simplesmente, não existem nem nestas iniciativas, nem neste Parlamento, nem no espectro político
português. Não vale a pena tentar agitar aquilo que não existe, Srs. Deputados. Isso, sim, é uma demagogia
que não interessa a ninguém, muito menos à democracia portuguesa.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, disse — excedendo-se um
bocadinho, se me permite — que todos os pareceres são a favor das alterações que foram feitas. Não são! O
parecer mais importante, que é, aliás do serviço que tem a missão de aplicar estas mesmas alterações, diz, e
vou citar: «Estas alterações resultam inaceitáveis pela disfuncionalidade que trazem ao regime consolidado na
União Europeia em sede de circulação, residência e exercício de atividade profissional, porquanto aniquila o
regime regra que demanda do nacional de Estado terceiro que pretende exercer atividade profissional em
Portugal que, antes da sua entrada, requeira o visto adequado a esta finalidade». É este o parecer fundamental
e é esta a realidade que os senhores quiseram tapar.
Outra realidade que está a ser escondida…
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Deixo duas perguntas: neste momento, é muito difícil saber, repito, quantos pedidos de autorização estão
feitos, porque dizem-nos que o sistema informático só dá o número de pedidos com o processo completo. Pelos
vistos, são cerca de 30 000, neste momento. E não é pelo motivo que o Sr. Deputado disse, mas, sim, porque
estas alterações trouxeram o efeito chamada e um descontrolo, uma desregulamentação, que é negativa e que
causa as maiores apreensões.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr. Deputado.