I SÉRIE — NÚMERO 36
38
Aplausos do PS.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Nós somos democratas!
O Sr. Ministro da Educação: — Há um ano fizemos perguntas simples de enunciar, mas muito difíceis de
responder; há um ano lançámos um discurso alargado sobre que características tem um aluno bem-sucedido e
que competências desenvolve ao longo dos seus 12 anos de escolaridade obrigatória. Esta semana, no início
da semana, na Fundação Champalimaud, tivemos um debate alargado, e queria agradecer a alguns dos Srs.
Deputados pela vossa presença. Convidámos a comunidade educativa a participar nesse debate, que foi capaz
de nos fazer chegar a boas respostas a essas perguntas difíceis. É um debate que nos diz respeito a todos,
porque este perfil é valioso, não só porque não existia antes — e só isto já era razão importante para que
passasse a existir como existe, finalmente, agora —, mas também porque o perfil dos alunos e das alunas à
saída da escolaridade obrigatória tem de chegar mais longe.
Este nosso novo perfil, que foi homologado, é um aliado precioso para que levemos a outro nível o principal
combate que travamos na educação: a promoção do sucesso educativo, contrariando a tal fatalidade dos altos
níveis de insucesso escolar, que nos tem impedido, como País, de ir mais longe. Este insucesso escolar, tolerado
nos níveis que Portugal apresentou num passado recente, tem-nos feito a todos, enquanto sociedade, muito
mal. Tem sido extremamente caro e tem impedido, em larga medida, que outros prescritores e medidas de
sucesso alcancem um resultado consequente. Quando assim é, importa combater, pelo sucesso, com medidas
específicas e construídas em cada escola. Sim, porque a autonomia das escolas tem de ser respeitada, a
autonomia das escolas é importante e não deve ser atacada, Srs. Deputados!
Aplausos do PS.
Tal é o caso do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, que, sendo estrutural, lê e trabalha
com a conjuntura tão específica de cada escola, de cada município ou de cada bairro de cada uma das nossas
cidades, fazendo-o a partir de alicerces sólidos e estruturais, como o perfil do aluno.
Importa fazê-lo agora — e perguntam porquê?! — porque antes ninguém o fez! O nosso presente tem de ser
sempre urgente e premente e, por isso, é importante mudar. É hoje que vivemos transformações sociais e
tecnológicas que nos interpelam com perguntas cujas respostas ainda não sabemos, porque ainda não temos
nem o conhecimento nem as competências para as sabermos. Sabemos que tudo o que passámos tem de ser
lido a duas luzes: por um lado, a da interdependência global de tudo o que fazemos e, por outro, a da
imperatividade de tudo o que fazemos ser sustentável, poder ser parte de um processo e, de forma importante,
ter consequência.
Não há, porque não pode haver, respostas simples no mundo de hoje e ainda menos as haverá no mundo
de amanhã, quando hoje falávamos aqui de futuro. Todavia, como sabemos, e como dizia o poeta, o caminho
faz-se caminhando, um passo após o outro e nunca com passos que voltam atrás no caminho que tanto custou,
a todos, percorrer.
Esse caminho segue agora na direção certa — acreditamos nós —, ouvindo todos, mais a mais, sendo
desviado por aqueles que, em vez de defenderem propostas, apenas vivem do ruído e do burburinho. Lembram-
se, certamente, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, do ruído sobre o suposto facilitismo que a direita sempre
emite, qual condenação, sobre quem não partilha da ideologia que consagra a vitória ao mais forte, à custa de
todos os outros, esquecendo que, frequentemente, este já era mais forte, à partida, como dizia a Sr.ª Deputada
Joana Mortágua, um verdadeiro selecionador nacional.
Pois, há uma semana, aprendemos como o ruído não aflige o caminho que fazemos. Há uma semana,
soubemos os resultados dos exames e provas de aferição de 2017, que comprovam que houve mais alunos a
fazer exames e provas em 2017 do que antes, que mais alunos concluem o ensino básico e mais alunos,
incluindo os que antes eram abandonados à sua sorte no, como eu disse na minha intervenção inicial,
cinicamente chamado «ensino vocacional», concluem a escolaridade obrigatória com sucesso, no mesmo
ensino que existe para todos os seus colegas. Também aqui, nada melhor do que a realidade para desmentir