I SÉRIE — NÚMERO 42
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Em relação ao objeto específico desta petição, que é a criação de um dia — é proposto o dia 23 de maio —
que assinale a segurança infantil, entendemos que é positivo e que a melhor maneira de o fazer é precisamente
como a Associação já tem feito, que é começar a celebrar esse dia, e já o fez em 2017. Certamente que alargar
essa comemoração e celebração será uma matéria incontornável, porque se trata de um facto positivo com o
qual todos nos devemos congratular.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Passamos ao quinto ponto da ordem do dia, que consiste também da
apreciação de uma petição. Trata-se da petição n.º 309/XIII (2.ª) — Solicitam que o suplemento especial de
pensão atribuído aos combatentes seja substituído pela antecipação da reforma (Inácio Rodrigues da Silva e
outros).
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Leão, do PS.
O Sr. Diogo Leão (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quero, naturalmente, começar por saudar
os cidadãos peticionários por trazerem à luz do Parlamento expectativas relativas à valorização dos antigos
combatentes da nossa guerra colonial.
Agradecemos também aos peticionários por indiretamente nos darem a nós, em particular à bancada do
Partido Socialista, uma razão concreta para aqui invocarmos também o nome do saudoso Deputado e capitão
de Abril Marques Júnior, também ele antigo combatente do Ultramar, e que, durante muitos anos, acompanhou
com enorme dedicação, em nome do Partido Socialista, aqui, na Assembleia da República, questões como a
que nos trazem hoje.
Aplausos do PS e do Deputado do CDS-PP João Rebelo.
O tribunal da História, num país democrático, reúne-se em debates, em recordações pessoais, na academia
ou na memória coletiva de um povo. Se, politicamente, o Grupo Parlamentar do PS condena veementemente a
guerra colonial, somos realistas em reconhecer o esforço e a dignidade de quem a travou e em reconhecer os
antigos combatentes como legítimos credores da reparação e da justiça nacional.
O Grupo Parlamentar do PS considera que o resultado da Lei n.º 3/2009, de 13 de janeiro, foi o possível, à
época, para procurar adequar os recursos financeiros da República à compensação justa a cada indivíduo que
serviu a instituição militar no Ultramar durante os anos da guerra.
Foi um pacto entre a sustentabilidade de um compromisso do Estado português e a legítima compensação
do cidadão ex-combatente. Sabemos, aliás, que essa compensação nunca será apenas expressa em números,
em valores, em contrapartidas materiais. O esforço, a entrega, a dedicação, o risco, o perigo, o abandono da
juventude, as marcas na saúde física e mental, enfim, o serviço a Portugal, que, como diz o venerável juramento,
é feito mesmo com o sacrifício da própria vida, não tem preço, mas tem, sim, um reconhecido valor.
O Sr. Santinho Pacheco (PS): — Muito bem!
O Sr. Diogo Leão (PS): — E é o respeito pelo valor da geração que combateu nas antigas colónias que nos
leva a admitir, a debater, a refletir melhor, em conjunto com os outros partidos e com as restantes forças políticas
da Assembleia da República, sobre o mérito das propostas subscritas pelos peticionários e, eventualmente,
outras que façam com que nos debrucemos coletivamente na avaliação de uma visão mais geral do que o País
faz hoje pelos seus antigos combatentes, por exemplo em domínios importantes como a melhoria de rede de
cuidados para o stress pós-traumático, procurando prestar um devido acompanhamento e maior bem-estar aos
ex-combatentes e às suas famílias.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro
Roque, do PSD.