I SÉRIE — NÚMERO 55
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O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Olhe o desespero! Tenha vergonha na cara!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Nós sabemos! A história do CDS sobre esta matéria não deixa dúvidas!
Aplausos do BE e de Deputados do PS.
Passando a questões mais construtivas, repito aquilo que já disse: não há nenhum abrandamento da
fiscalização do financiamento partidário da parte pública, e este foi o ponto fundamental do Bloco desde sempre.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — O Sr. Deputado não tem é vergonha na cara.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Para terminar, porque ainda teremos tempo para continuar este debate,
sobre as matérias do IVA, o Bloco repete agora o que disse no grupo de trabalho — aliás, no grupo de trabalho
votámos contra a norma que vigora no Decreto da Assembleia que foi vetado. Ou seja, não considerávamos
que houvesse um problema de fundo, no que toca ao regime do IVA em vigor, e considerámos — dissemo-lo
várias vezes, o CDS não ouviu, pois só ouve o que lhe interessa — que deveria haver uma equiparação entre a
atividade partidária e o que é feito no setor social, e é esta a proposta que fazemos hoje. Sempre dissemos que
não seria aceitável alguma abrangência maior, no que toca às deduções de IVA e ao seu reembolso para a
atividade partidária.
A nossa história de coerência faz com que apresentemos a proposta que é conhecida de todas e de todos e
com que votemos a favor das normas que repõem a lei como ela está, mas consideramo-las insuficientes para
aquilo que propomos e que não limitam, nem acabam, a proposta do Bloco de Esquerda.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos, evidentemente, a lidar com
matérias sensíveis, estamos a apreciar os fundamentos do veto apresentado pelo Sr. Presidente da República
e cumpre-nos, mais do que fazer ataques recíprocos, procurar encarar com a objetividade que a matéria exige
aquilo que está em causa.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Vou procurar centrar-me em dois pontos essenciais: a matéria relativa ao IVA e
o ponto relativo à disposição transitória.
Sobre a primeira matéria, é preciso que fique totalmente compreendido que nenhum partido nesta Câmara,
incluindo o CDS, propôs a isenção do IVA para os partidos políticos.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Muito bem!
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Isto porque até parece o contrário, até parece que o CDS estaria a fazer uma
cruzada para que os partidos políticos não viessem a ter isenção do IVA. Nada de menos certo! O CDS é
favorável à isenção do IVA por parte dos partidos políticos, tal como já acontece de há muitos anos a esta parte.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Muito bem!
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Então, o que é que está em causa? O que está em causa, como já foi sinalizado,
é que, relativamente à norma em vigor, tem havido uma aplicação discricionária por parte da administração
fiscal, que, em alguns aspetos, representa verdadeira ingerência de critério na qualificação da natureza da
atividade política.