I SÉRIE — NÚMERO 56
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O Presidente da Águas de Portugal usa uma palavra para a definição desta opção: «benchmarking». Sr.
Ministro, dou-lhe um sinónimo: desobediência à lei, opção consciente pela precariedade.
O Sr. JorgeDuarteCosta (BE): — Muito bem!
A Sr.ª MariaManuelRola (BE): — A questão é que estes pareceres negativos só poderão ser aprovados
com o voto dos representantes do Governo na comissão de avaliação. Vai o Governo ser conivente com a opção
clara do Grupo Águas de Portugal de perpetuar a precariedade e desobedecer à lei? Que justiça é esta, Sr.
Ministro?!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — O próximo pedido de esclarecimento é do PCP.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira.
A Sr.ª DianaFerreira (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, importa resolver em definitivo a
situação dos técnicos especializados das escolas, que são precisos, que respondem a necessidades
permanentes e estão em situação de precariedade há anos a fio.
Quem está há 5, 10 ou 15 anos a renovar contratos anualmente e a ocupar o mesmo posto de trabalho não
está a responder a nenhuma necessidade pontual ou transitória, está, sim, a responder a necessidades
permanentes, e esta deve ser uma situação resolvida com a sua vinculação.
Mais de 1300 técnicos especializados aguardam respostas aos requerimentos entregues, mas mais de 4600
assistentes operacionais aguardam também respostas aos requerimentos que foram entregues. Não é aceitável
que se continue a adiar mais a vida destes trabalhadores, como também não é aceitável que, enquanto esteja
a decorrer um processo de regularização dos vínculos precários, sejam abertas 518 vagas para assistentes
operacionais da responsabilidade do Ministério da Educação com contrato a termo certo.
Como é que se afirma que se quer combater a precariedade e se abre, ao mesmo tempo, vagas para
assistentes operacionais a tempo inteiro e a tempo parcial com contratos a tempo certo, Sr. Ministro? Esta
contradição tem de ser efetivamente esclarecida, porque o que está a ser feito é a perpetuar a precariedade dos
assistentes operacionais. A realidade das escolas mostra que faltam, efetivamente, assistentes operacionais,
mas a solução não é contratar uns para de manhã e outros para de tarde para, assim, preencher o horário
completo. A solução é resolver, definitiva e rapidamente, a regularização dos vínculos precários que existem
dos assistentes operacionais e também contratar aqueles que são necessários para responder às necessidades
existentes nas escolas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Também não é aceitável, Sr. Ministro, que, enquanto esteja a decorrer o
PREVPAP, na RTP, além de toda a lentidão do processo, haja trabalhadores a serem pressionados para assinar
contratos que pretendem impor a continuidade da sua situação de precariedade.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É uma vergonha!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — É uma situação que tem de ser esclarecida e, acima de tudo, tem de ser
travada, Sr. Ministro. Quando é que vai ser efetivamente resolvida a situação de todos estes trabalhadores?
Não nos podemos esconder em morosidades de processos ou em burocracias, porque estamos a falar da
vida destes trabalhadores e das suas famílias, vidas que estão interrompidas enquanto não lhes chegam as
respostas.
Aplausos do PCP.