8 DE MARÇO DE 2018
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O Sr. Álvaro Batista (PSD): — E os outros quantos são?
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, passamos à segunda ronda de perguntas,
pelo que dou, desde já, a palavra à Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, uma nota prévia: o PSD e o CDS não
apresentaram propostas de alteração porque votaram contra este processo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — O PSD e o CDS são contra um processo de regularização de vínculos precários
na Administração Pública.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
Aliás, o PSD e o CDS, durante os quatro anos de Governo, nem sequer aprovaram uma proposta do PCP,
chumbaram sempre uma proposta do PCP para um diagnóstico quanto mais resolver o problema!… O PSD e o
CDS são parte do problema não são parte da solução.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
Portanto, Sr. Ministro, quanto à necessidade de soluções para o problema que está em cima da mesa,
gostávamos de lhe dizer o seguinte: de facto, o atraso deste processo é de 20 anos. O último processo de
regularização de vínculos aconteceu em 1998 e, por isso, existem hoje trabalhadores na Administração Pública
que estão há 20 anos a assegurar necessidades permanentes de serviços mas com vínculos precários, sem
vínculo à Administração Pública, com menos salários e menos direitos, e isso é que não é aceitável.
Todos os trabalhadores que respondem a uma necessidade permanente têm de ter um vínculo efetivo ao
Estado porque garantem funções sociais do Estado. Sejam bolseiros de investigação científica, sejam
estagiários, sejam contratos de emprego-inserção, sejam contratos a prazo, sejam docentes do ensino superior,
sejam falsos recibos verdes, respondem a necessidades permanentes e têm de ter um vínculo efetivo. É uma
questão de justiça e cumprimento da lei.
Entendemos que a um posto de trabalho permanente tem de corresponder um vínculo efetivo e, como o PCP
já disse, os prazos que estão previstos na lei deviam ser prazos máximos e não prazos mínimos, porque cada
dia a mais em cima de 20 anos é um dia a mais e é justíssimo que os trabalhadores queiram resolver o problema
tão breve quanto possível.
O que entendemos é que não se trata de um problema técnico, trata-se de um problema político, e por isso
cabe resolver este problema com vontade de garantir emprego com direitos e que todos os trabalhadores que
respondem a necessidades permanentes sejam vinculados à Administração Pública.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para fazer uma pergunta, tem a palavra o Sr. Deputado José
Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças: Este Governo assumiu,
e a nosso ver bem, o combate à precariedade como uma das suas prioridades em matéria laboral.
Trata-se, aliás, de um compromisso que consta da posição conjunta que o Partido Socialista subscreveu com
o Partido Ecologista «Os Verdes» e onde refere expressamente, e cito, «o combate decidido à precariedade,
incluindo aos falsos recibos verdes, ao recurso abusivo a estágios e ao uso de contratos emprego-inserção para
substituição de trabalhadores».