12 DE ABRIL DE 2018
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A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — E não estamos a dizer — eu não o disse em momento algum — que o
crescimento económico é negativo para as pensões, aliás, até é positivo para as pensões, já que as pessoas
passam a ter mais rendimento, porque recebem mais e têm aumentos acima da inflação. Quero deixar aqui
muito claro que este é um aspeto que o Governo socialista e nós, bancada do Partido Socialista, consideramos
extremamente positivo. No entanto, temos de ter em conta a questão da sustentabilidade da segurança social,
quando olhamos para a sua dinâmica e para os impactos de tudo o que acontece no País em termos de
segurança social. E também nunca dissemos, em momento nenhum, que não cumpríamos os nossos
compromissos, os compromissos assumidos.
As questões de negociação são dinâmicas, os momentos do País também são dinâmicos e, quando se prevê
um plano de trabalho, uma estratégia, isso não significa que não possa haver fatores que façam com que seja
necessário alterar prazos, ajustar procedimentos. Nós nunca dissemos, em momento nenhum, que não
continuaríamos o processo de ajustamento relativo a esta questão, porque consideramos que as pessoas que
trabalharam tantos anos, e muitas delas perderam a sua infância, têm direito a um descanso ao fim de tantos
anos de trabalho e têm direito a uma reforma, porque descontaram para ela. Portanto, que fique muito claro qual
é a posição do Partido Socialista relativamente a esta matéria.
Sr.ª Deputada do PSD, gostava de lhe lembrar o que aconteceu à segurança social durante todo o processo
do Governo anterior: houve um ataque vergonhoso ao sistema público de segurança social. Foi isto que
aconteceu no País!
Aplausos do PS.
Protestos da Deputada do PSD Carla Barros.
Ó Sr.ª Deputada, ouvi-a atentamente, agradeço que também me ouça atentamente!
Foi uma vergonha! Basta olhar para a questão das transferências extraordinárias, que hoje não são
necessárias e que, no tempo do Governo do PSD, eram constantemente necessárias, para a forma como o
FEFSS (Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social) sofreu um decréscimo brutal, repito, um
decréscimo brutal e como os senhores desenvolveram uma política quer de ataque ao sistema, quer de ataque
à instituição para pôr em causa o sistema de proteção social e abrir caminho a plafonamentos ou, ainda pior, à
privatização da segurança social.
Sr.ª Deputada, os portugueses e as portuguesas sabem muito bem a diferença entre o vosso Governo e o
Governo atual…
Aplausos do PS.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Ah, pois sabem!
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — … e não é por a senhora repetir uma mentira mil vezes que ela se torna
verdade.
Os portugueses e as portuguesas sabem a diferença de receber um subsídio de férias e um subsídio de
Natal, sabem a diferença da reposição dos cortes nos salários, sabem a diferença do que acontece com as
pensões e as reformas, sabem a diferença do rendimento social de inserção, sabem a diferença, para os idosos,
do complemento solidário para idosos.
Sr.ª Deputada, lamento muito, e profundamente, a sua intervenção.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Filipe
Anacoreta Correia, do CDS-PP.
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A discussão que hoje
aqui nos é proposta é sobre matérias e realidades da maior importância.