12 DE ABRIL DE 2018
21
Este sistema de reformas antecipadas prevê até ao final da Legislatura uma fase de flexibilização da idade
de reforma antecipada, permitindo o acesso a estes trabalhadores, tendo em conta a sua idade e carreira
contributiva, mas sem a penalização do fator de sustentabilidade.
Até ao momento estas medidas têm vindo a ser amplamente debatidas, dialogadas e negociadas no seio da
atual maioria parlamentar, que sabe bem da complexidade, da exigência e dos custos deste processo.
Em momento algum, podemos aceitar colocar em causa a sustentabilidade do sistema de segurança social.
Aplausos do PS.
Tendo em conta o descongelamento e a melhoria introduzida na fórmula de cálculo em 2016, assim como o
crescimento da economia acima dos 2%, que se traduz, felizmente, num aumento real das pensões acima da
inflação, impõem-se novas exigências à forma como o programa está a ser pensado e programado.
Em momento algum o Governo colocou em causa romper o compromisso assumido até 2019 e não o irá
fazer. Ao contrário do que aqui já foi dito, os processos são dinâmicos, assim como o processo negocial. Não
podemos aceitar que uma medida desta natureza, negociada no seio da atual maioria, possa ser sujeita a uma
votação desta natureza, violando a lei-travão, e com um impacto orçamental que não foi calculado e que deve
ser discutido, e estamos disponíveis para o discutir, no âmbito das negociações do Orçamento do Estado para
2019.
Aplausos do PS.
Sr.as e Srs. Deputados, o Governo do Partido Socialista e a maioria parlamentar que o apoia têm objetivos
comuns: permitir que aqueles e aquelas que têm muito longas carreiras contributivas se possam reformar com
rendimentos adequados e uma situação digna.
É isso que estamos a fazer. É isso que continuaremos a fazer. Esta medida ficará para a história como uma
daquelas que mais honram esta maioria parlamentar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Estão inscritos dois Srs. Deputados para pedir esclarecimentos.
Pergunto à Sr.ª Deputada como pretende responder.
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Em conjunto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Com certeza, Sr.ª Deputada.
Tem, então, a palavra, para o primeiro pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Jorge Costa.
O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Marcelino, não lhe vou perguntar
sobre a legitimidade que o Partido Socialista atribui a esta dupla penalização sobre as reformas antecipadas,
sendo que sabemos que a consideram ilegítima, como nós, nem lhe vou perguntar sobre a concertação social,
pois, desta vez, ela não pode ser desculpa para avançar, sendo bem conhecido que o Governo levou lá a sua
proposta e é bem conhecida a unanimidade de todos – sindicatos e patrões – em torno da ideia de eliminar esta
dupla penalização.
O argumento principal do Partido Socialista neste debate é o do crescimento económico e a ideia de que,
tendo o País crescido acima do que estava previsto, isso colocou uma pressão adicional em virtude da
atualização automática das pensões, segundo a lei.
Este argumento, Sr.ª Deputada, é perverso, e o Partido Socialista arrisca-se, se o levar muito longe, a criar
neste processo uma nova categoria, que é a dos lesados do crescimento económico.
Vozes do PSD: — Ah!…