12 DE ABRIL DE 2018
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Uma reforma que tenha regras claras, transparentes e justasque prevaleçam ao longo de vários anos para
assegurar a confiança dos trabalhadoresque descontam ao longo da sua carreira profissional na espectativa de
terem a sua reforma garantida no futuro.
Uma reformaque corrija situações de injustiça e de iniquidade que abrangem muitos trabalhadores e que
impedem que o atual sistema se revele aos olhos dos portugueses como um sistema de pensões justo e
equitativo.
Uma reformaque garanta os princípios e os valores que são intrínsecos ao sistema da segurança social e
que contribuem para a promoção da igualdade e da coesão social e para o combate à pobreza e às
desigualdades sociais.
Nesse sentido, continuamos a defender que a reforma da segurança social deve ser feita no momento em
que a economia cresce e as contas da segurança social estão um pouco mais equilibradas, bem diferente dos
tempos em que estivemos no Governo.
Por isso, não deixamos de lembrar que a rutura financeira do sistema público de pensões já tem data
anunciada, através de um estudo sério e aprofundado, sem estar sujeito a condicionalismos e estrangulamentos,
com uma visão de muito longo prazo, com fatores de equidade e transparência.
Desta forma, consideramos que estamos a pensar no País e nos portugueses em geral e não em meras
táticas políticas para ver quem ganha a quem, com manobras populistas e de chantagem política.
Sr.as e Srs. Deputados, tudo podemos e devemos discutir, mas com seriedade e sentido de responsabilidade,
garantindo os direitos dos atuais pensionistas sem hipotecar as expectativas e os direitos dos futuros.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Marcelino.
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Defender o sistema público de
pensões é defender e garantir a sua sustentabilidade, e esta é a questão principal do debate de hoje.
O que este Governo tem feito, apoiado por esta maioria parlamentar, é garantir a sustentabilidade da
segurança social ao mesmo tempo que reforça a proteção social em Portugal.
Que não haja equívocos: a opção deste Governo é, desde o início, a de reforçar a sustentabilidade da
segurança social e, ao mesmo tempo, reforçar a proteção social. É assim desde 2015.
Com este Governo foi decidida a reposição dos valores de referência do complemento solidário para idosos
e o alargamento do acesso aos pensionistas de pensão antecipada desde 2014; a reposição dos valores de
referência do rendimento social de inserção; a atualização automática das pensões dos regimes contributivos e
não contributivos como base na fórmula de cálculo que se encontrava suspensa; o aumento do IAS (indexante
dos apoios sociais) em 2,3%; o aumento do montante do subsídio por assistência à terceira pessoa; a
atualização dos montantes do abono de família e a reposição do 4.º escalão; o aumento da majoração do abono
de família para as famílias monoparentais; a atualização da bonificação por deficiência; a criação da prestação
social para a inclusão; a criação, em 2016, de uma medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa
duração, com alargamento a partir de 2018; o fim do corte de 10% no subsídio de desemprego após 180 dias
de concessão, abrangendo 42 506 pessoas; e a criação do novo regime contributivo para os trabalhadores
independentes.
Estas políticas têm um impacto muito positivo na vida das pessoas e contrastam radicalmente com as opções
do anterior Governo, mas também cumprem um outro objetivo fundamental: dificultam a capacidade e o
argumentário de todos aqueles e aquelas que não desistem de vender a necessidade da privatização da
segurança social.
Aplausos do PS.
Sr.as e Srs. Deputados, a segurança social é um dos maiores patrimónios do nosso País.
O sistema de segurança social tem vindo a ser construído e desenvolvido no princípio contributivo e
redistributivo, de modo a garantir a sustentabilidade com base na solidariedade intergeracional.