12 DE ABRIL DE 2018
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Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria das Mercês
Soares.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Debatemos hoje, por
iniciativa do Bloco de Esquerda, a concretização da segunda fase da revisão do regime de reformas antecipadas
por flexibilização para as longas carreiras contributivas.
Esta matéria é da máxima relevância, pois, para além de dizer respeito aos que possam vir a beneficiar da
flexibilização do regime de reformas antecipadas, diz igualmente respeito aos trabalhadores que, com mais ou
menos anos de descontos para a segurança social, têm a justa expectativa de virem a receber uma reforma
justa e proporcional aos descontos que efetuaram.
Com este debate, o Bloco de Esquerda pretende alcançar dois objetivos claros.
Primeiro objetivo: encostar o Partido Socialista à parede e obrigá-lo a votar favoravelmente o projeto de lei
que apresenta, independentemente de outros fatores e da discussão que o Governo está desenvolver em sede
de concertação social, o que, em boa verdade, para o Bloco de Esquerda não tem qualquer relevância nem
merece qualquer respeito.
Se não fossem as implicações graves que estas atitudes têm implícitas para o futuro dos portugueses, seria
caso para dizer: «Os amigos de coligação que se entendam!».
Segundo objetivo: com o aproximar das eleições legislativas, como verdadeiro partido populista que é, o
Bloco de Esquerda, com esta iniciativa, ultrapassa, sem qualquer pudor político, o PS e o PCP e aparece aos
olhos dos trabalhadores que se encontram em condições de aceder à reforma como seu grande defensor.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Parece o Marques Mendes!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Com isto, o Bloco de Esquerda não revela a mínima preocupação
com a sustentabilidade da segurança social, nem com os futuros pensionistas.
Voltamos ao velho e perigoso lema: «Tudo para alguns já, para os outros logo se verá».
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — O Partido Socialista, com a necessidade de se manter no
Governo, aceita tudo e até pactua com o facilitismo e o populismo, prometendo tudo a todos para preservar o
poder.
Aplausos do PSD.
E agora é que se lembraram que é preciso um estudo rigoroso relativamente ao impacto financeiro da
medida?! Afinal, a palavra dada, pelos vistos, não é honrada.
Vozes do PS: — Ah!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados, o Partido Social Democrata já demonstrou
aos portugueses que, acima de tudo, rejeita liminarmente o populismo e que coloca os interesses do País e de
todos os portugueses em primeiro lugar.
Reconhecemos que muitos trabalhadores iniciaram a sua vida profissional ainda muito jovens e que essa
situação deve ser tida em devida consideração e valorizada. Tanto mais que o sistema da segurança social,
pela sua complexidade e abrangência, encerra algumas situações de injustiça que importa corrigir e melhorar.
Não há dúvida de que nesta questão das longas carreiras contributivas o que prevalece é a idade em que os
trabalhadores iniciaram os seus descontos, e, em muitos casos, começaram desde muito jovens.