24 DE MAIO DE 2018
15
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, como sabe, a redução dos custos de energia é
um objetivo nacional e, naturalmente, também do Governo, tal como é também o desenvolvimento de uma
política de energia que aposte na continuidade e na valorização das energias renováveis, na interconexão, e a
política de energia não se reduz ao seu preço.
O grupo de trabalho que era coordenado pelo Sr. Ministro-Adjunto e que integrava o Sr. Secretário de Estado
dos Assuntos Fiscais e o Sr. Secretário de Estado da Energia irá continuar a trabalhar, agora sem o Sr. Ministro-
Adjunto. Nessa altura, quando tivermos o trabalho concluído, responderemos sobre o que tivermos a propor
relativamente a estas matérias.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, achamos que há muito mais medidas além destas e
vamos ter aqui uma Comissão Parlamentar de Inquérito que creio que nos vai ajudar a levantar muitos temas
que vão permitir descer o custo da energia.
O custo da energia pode não ser tudo na política da energia, mas, como compreende, num país de baixos
salários, em que a conta da luz é tão alta, isto é seguramente um problema para toda a gente, e, portanto, temos
de o resolver, ainda por cima quando sabemos que as elétricas estão a receber preços de favor, muito altos.
A pergunta que tenho para lhe fazer é, na verdade, muito simples: a Procuradoria-Geral da República já disse
que os despachos de Manuel Pinho são nulos. Portanto, não é preciso medidas novas, basta que o Governo
obrigue a que se tirem consequências desta medida. Pergunto ao Sr. Primeiro-Ministro se o Governo vai ou não
retirar consequências do facto de as decisões de Manuel Pinho serem nulas. Ou seja, o que é mais importante?
É a palavra que Manuel Pinho deu às elétricas ou é a palavra deste Governo de que está empenhado em baixar
a conta da luz?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, acho que a questão não é a da personalidade de
quem assinou ou não o despacho. A questão é a seguinte: se a Procuradoria-Geral considerou que o despacho
é nulo, nos termos da lei, tem bom remédio, que é o de promover a declaração de nulidade por parte do tribunal.
Num Estado de direito, são as autoridades judiciárias as competentes para declararem as nulidades dos atos
administrativos.
No que diz respeito ao Governo, como lhe disse e como a Sr.ª Deputada sabe, porque é do seu
conhecimento, o grupo de trabalho que estava a funcionar vai continuar; a única diferença é que não poderá
contar com a colaboração do Sr. Ministro Pedro Siza Vieira, contando com a colaboração dos dois Secretários
de Estado que integravam o grupo de trabalho.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem novamente a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, então, está resolvido. Vai baixar a conta da luz em
7%, pelo menos! É que se o despacho é nulo, se é para o Governo retirar consequências e ele ser anulado, já
sabemos que podemos baixar a conta da luz em 7%. É isso? Ainda bem! Ainda bem! Esperamos por outubro
para conseguir essa baixa de 7% e podermos ir ainda mais longe, porque sabemos que é possível ir mais longe
para baixar a conta da eletricidade em Portugal.