25 DE MAIO DE 2018
15
sede, do ano de 2017. É que as cativações do Sr. Ministro Mário Centeno afetaram a Autoridade da Concorrência
e foi por isso que eles ainda não responderam.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Costa.
O Sr. Hugo Costa (PS): — Sr. Presidente, em primeiro lugar, para esclarecer o Sr. Deputado Carlos Silva,
devo dizer que não temos a maior carga fiscal a nível europeu. No gasóleo, por exemplo, a média europeia está
na casa dos 56% e, em Portugal, está na casa dos 55%. É bom ler os dados e é bom ver os resultados!
Vozes do PS: — Muito bem!
Protestos do PSD.
O Sr. Hugo Costa (PS): — Depois, é óbvio que o mercado dos combustíveis tem um conjunto de variáveis
e, nomeadamente, quando comparados com Espanha, temos de comparar dados como, por exemplo, o dos
biocombustíveis, que em Espanha são 5% e em Portugal são 7,5%. Mas também temos de comparar questões
como, por exemplo, a parte dos mercados.
Protestos do Deputado do PSD Cristóvão Norte.
Já aqui pedimos que fosse feita, no mercado, uma investigação da Autoridade da Concorrência quanto à
estrutura do mercado e às margens do mercado.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — E cativam verbas à Autoridade da Concorrência?!
O Sr. Hugo Costa (PS): — É que, da parte do PSD, apenas existe a questão da margem fiscal, mas temos
de descobrir todo o funcionamento do mercado e todas as margens do mercado, não apenas a parte fiscal.
Por isso, o Partido Socialista está disponível para debater toda a área dos combustíveis, não só a parte fiscal
mas toda a informação sobre os preços, nomeadamente como é construído e as margens do setor.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem agora a palavra o Sr. Deputado Heitor Sousa.
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PSD decidiu fazer hoje uma cruzada
contra a fiscalidade sobre os combustíveis e, ao fazê-la, esconde uma realidade que tem a ver com a
circunstância de o mercado dos combustíveis ser profundamente concentrado — um mercado em que, nuns
subsetores, dominam monopólios e, noutros setores, dominam oligopólios — e, portanto, a formação dos preços
não ser tão livre como os Srs. Deputados pintam.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Pudera!
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Sr. Deputado, é verdade que, hoje em dia, a fiscalidade sobre os combustíveis
— toda a fiscalidade sobre os combustíveis! — equivale, grosso modo, a 65% do preço de venda do produto.
Mas é preciso que se saiba que a formação dos preços dos combustíveis não é feita com base na determinação
de percentagens mas, sim, em várias parcelas, algumas das quais são tabeladas com base em quantidades
fixas e aprovadas anualmente na Lei do Orçamento, outras são efetivamente percentagens que têm a ver com
o imposto sobre o valor acrescentado, que é um imposto decidido com base em tabelas percentuais.
Por isso, Srs. Deputados, querer alterar o valor do ISP com base numa redução percentual desse valor é
ilegal e não é aplicável, porque a tabela do ISP é construída com base em valores que, para sua informação,