I SÉRIE — NÚMERO 89
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Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Heitor Sousa (BE): — É mais sério! É carrancudo!
Risos do BE e do PCP.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É que o «brutal aumento de impostos» foi para pagar as dívidas
que os senhores criaram e que deixaram o País na bancarrota.
Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD.
Protestos do PS.
Mas há uma outra diferença, no que toca a seriedade, Sr. Deputado. É que «saque» é prometer aos
portugueses que há um princípio de neutralidade — isto é, o Estado, se estiver a receber menos, aumenta o
imposto e, se estiver a receber mais, diminui o imposto — mas, depois, quando o Estado passa a receber mais,
os senhores esquecerem-se de baixar o imposto. Ou seja, quando é contra os portugueses, os senhores estão
lá, mas, quando é a favor dos portugueses, os senhores deixam de lá estar. Isto tem um nome: «saque»! Foi
isto que os senhores criaram!
Convém que todos os dias sejam confrontados com isso.
Convém que todos os portugueses, quando vão abastecer, hoje, os seus carros, as suas motos, as suas
carrinhas, com gasóleo ou gasolina, se lembrem de que estão a pagar mais por causa da vossa mentira, por
causa da palavra que vocês deram e que não souberam honrar.
Convém que toda a gente que está lá fora se lembre disso.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Fernando Anastácio (PS): — Não respondeu à pergunta!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Costa, do PS.
O Sr. Hugo Costa (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Ao longo desta Legislatura, os preços da
energia têm evoluído no sentido de o Governo tomar medidas com vista a uma maior defesa dos consumidores,
medidas essas espelhadas num conjunto de áreas como, por exemplo, na eletricidade, concretamente na
descida da tarifa de acesso à rede, na primeira descida deste século da tarifa regulada ou nas reduções da tarifa
de gás natural, de 20%.
Entre os consumidores que pretendemos beneficiar, ao longo destes dois anos e meio, temos os mais
vulneráveis. Relembro, a título de exemplo, que cerca de 800 000 famílias são hoje beneficiárias da tarifa social
de eletricidade, com uma redução de 33% do custo. Para isso, bastou tornar o acesso a essa tarifa social
automático, medida contra a qual o PSD e o CDS sempre se posicionaram.
Durante o anterior Governo, esta medida, pura e simplesmente, não foi aplicada, prejudicando as famílias.
E, mesmo sendo um debate sobre combustíveis, era um bom momento para o Partido Social Democrata pedir
desculpa aos portugueses e colocar a mão na consciência perante as mais de 800 000 famílias que não tiveram
direito à tarifa social de eletricidade devido à política que os senhores aplicaram.
Em relação ao debate de hoje — sobre combustíveis e a fiscalidade nos mesmos —, relembro que foi o PSD
que aplicou o famoso «enorme aumento de impostos», em 2012, anunciado indisfarçavelmente pelo então
Ministro Vítor Gaspar. Esse aumento de impostos foi cego, atacando visceralmente o rendimento das pessoas,
cortando salários e subsídios e colocando os portugueses mais pobres. Era o «ir além da troica», que o anterior
líder do Partido Social Democrata tanto apregoava. Foi a «corda na garganta» para muitos agregados familiares!
Em relação ao mercado de combustíveis, o preço dos mesmos é um custo que não pode ser negligenciado
nem pelas famílias, nem pelas empresas. Podem contar com o Grupo Parlamentar do Partido Socialista para a
defesa dos consumidores nesse setor. Reconhecemos a existência de dúvidas legítimas sobre o mercado da