I SÉRIE — NÚMERO 100
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Sr.as e Srs. Deputados, foi em nome desses desafios que se fez esta maioria e é em nome desses desafios
que esta maioria deveria responder.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Adão Silva.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Falar no financiamento do sistema
previdencial da segurança social é falar de uma matéria de grande sensibilidade política, social e económica.
Primeiro, porque estamos a falar do financiamento das pensões atuais e futuras de milhões de portugueses.
Segundo, porque este financiamento tem repercussões imensas, que têm de ser cuidadosamente
ponderadas, nas empresas, no emprego e no desemprego, na competitividade da nossa economia e nas suas
relações com o mundo global.
Terceiro, porque a nossa segurança social caminha a passos largos para o desequilíbrio orçamental.
Quarto, porque o sistema de segurança social é um tecido delicado onde se entrelaçam valores estruturantes
da nossa vivência coletiva: solidariedade, justiça, equidade, coesão, igualdade de oportunidades, combate à
pobreza.
A Sr.ª Maria das Mercês Borges (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Legislar sobre o financiamento da segurança social é um ato que exige estudo,
coisa que o PCP não fez; requer debate aberto e participado, coisa que o PCP não fez;…
A Sr.ª Maria das Mercês Borges (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — … reclama ponderação e deve confluir no compromisso social, coisa que o PCP
não fez.
A Sr.ª Maria das Mercês Borges (PSD): — É verdade!
Protestos da Deputada do BE Isabel Pires.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Para o PCP, através do seu projeto de lei, hoje em discussão, que repete outro
de 2015, que caducou sem nunca ter sido debatido, o que importa é ir às empresas, aplicar-lhes uma
contribuição complementar e estabelecer uma taxa de 10,5% — mais uma! —, que incida sobre o seu valor
líquido anual. Uma nova contribuição a adicionar à contribuição de 23,75% sobre as remunerações que as
empresas atualmente já pagam. Uma contribuição que ninguém sabe quanto custa!
Perguntou a Sr.ª Deputada Mercês Borges, várias vezes «quanto custa?» e «que impactos pode ter e que
consequências pode gerar?».
O PCP não respondeu.
A Sr.ª Maria das Mercês Borges (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Tudo isto sem conversa prévia, uma decisão muito do tipo «toma lá e cala»!
Eis a solução fácil e prática, definitiva e perentória para resolver os problemas financeiros da nossa
segurança social. Um verdadeiro ovo de Colombo!
Como é que ninguém, antes do PCP, se tinha lembrado de uma solução tão luminosa? Como é que ninguém
se lembrou?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — O senhor não tem a noção de que isto existe em países como a Suécia e a
Dinamarca?