I SÉRIE — NÚMERO 100
14
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Adão Silva, a Mesa regista inscrições de dois Srs. Deputados para pedidos
de esclarecimento. Como pretende responder?
O Sr. Adão Silva (PSD): — Responderei conjuntamente, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Assim sendo, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro,
do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr. Presidente, o Sr. Deputado Adão Silva queria que eu falasse e
tenho todo o gosto em fazer-lhe a vontade.
Ouvi o Sr. Deputado, que falou sobre um debate aberto, sobre ponderação, sobre estudos, sobre reformas,
sobre consensos, sobre «vamos esquecer as ideologias». Ó Sr. Deputado, até podemos estar de acordo com
uma parte substancial disso, sucede que foi exatamente o contrário do que o PSD fez quando esteve no
Governo.
Ao ouvir o Sr. Deputado, parece importante percebermos, neste debate, se o PSD está em estado de
negação, de mistificação ou, finalmente, se está em estado de redenção. O PSD tem de se definir, tem de dizer
o que quer — a democracia ganha com a amplitude das alternativas —, o que não pode é reclamar os louros
do que não fez nem querer os ganhos daquilo que combateu.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado gostaria que lhe apresentasse aqui os dados? Tenho todo o gosto em dar-lhe os dados: a
segurança social está com um saldo positivo de 15,7%, superior em maio deste ano relativamente ao ano
anterior, o excedente aumentou de 564 milhões de euros para 1652 milhões de euros e acabaram as
transferências extraordinárias que os senhores faziam,…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Vocês também!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — … porque, na vossa altura, estava deficitária.
Aplausos do PS.
Sabe por que é que isto acontece, Sr. Deputado? Isto acontece, porque nós fizemos exatamente o contrário
do que os senhores queriam que fizéssemos e que continuam a defender que façamos, o contrário daquilo em
que os senhores acreditam e que aqui votaram. Por isso, a medida do nosso sucesso nesta área é a evidência
do vosso fracasso como alternativa política a este Governo e a esta maioria.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, o PS defende a diversificação das fontes de financiamento da segurança social. Isto está no
Programa do Governo e já foi feito com o adicional ao IMI e com a consignação de uma parte das receitas do
IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas) ao FEFSS (Fundo de Estabilização Financeira da
Segurança Social). Nós fizemo-lo para garantir mais sustentabilidade e densidade ao modelo público, ao modelo
universal e ao modelo sustentável.
Sabe o que é que o PSD fez, Sr. Deputado? O PSD propôs a eliminação do adicional ao IMI. Portanto,
gostaria que o PSD esclarecesse aqui, desta vez, em definitivo, se continua a viver nesse planeta alternativo,
em que 0,7% de taxa sobre casas acima dos 600 000 € ou 1% de taxa sobre casas acima de 1 milhão de euros
constitui um ataque à classe média, e se pretende acabar com estas taxas sobre ativos milionários e tirá-la da
segurança social pública, seja ela para pobres ou para ricos.