I SÉRIE — NÚMERO 103
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Nós não somos, como o CDS parecia ser, ontem, na comissão, um agente de replicação das necessidades
enunciadas pelos sindicatos e pelas ordens.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Saúde: — Quem define as necessidades é a ACSS, são as ARS, são as instituições, com
critérios técnicos e não com critérios político-sindicais ou populistas. Nessa justa medida, talvez o CDS, daqui
por uns anos, quando voltar ao poder — esperemos que o mais tarde possível —, possa vir a ser um executante
das reivindicações dos sindicatos diariamente. Nós, isso, não vamos fazer!
Aplausos do PS.
Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, quanto à questão da ADSE, não esteja preocupada com a tensão das relações
entre a ADSE e os prestadores privados.
O Sr. Luís Graça (PS): — Muito bem!
O Sr. Ministro da Saúde: — Não se incomode com isso, porque essa tensão é positiva, significa que,
provavelmente, a ADSE está a defender bem o interesse público.
Aplausos do PS.
Quanto à questão da estabilidade do modelo, Sr.ª Deputada, lembra-se de que, ontem, na Comissão, até
glosei um bocadinho aquela imagem da sua líder partidária, que disse que fazia cá falta um retrovisor?!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Lembro, lembro!
O Sr. Ministro da Saúde: — Mas, de manhã, quando vinha para aqui, pensei que o problema não é o
retrovisor, porque os senhores já não olham para o retrovisor para ver o que se passou lá atrás, o problema é
que ele deve estar embaciado. Do que precisam é de um paninho para limpar o retrovisor!
Aplausos do PS.
Risos do Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Machista!
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr.ª Deputada, a ADSE está estável, tem um Conselho Geral e de Supervisão
que funciona, tem um Presidente que, por razões que são conhecidas do domínio público, pediu escusa e saiu;
na próxima semana, será nomeado o novo Presidente, atrasado que foi pelo processo da CReSAP (Comissão
de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública).
Não há nenhuma instabilidade na ADSE, não assuste, por favor, os beneficiários, porque não há necessidade
nenhuma de os assustar.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — O senhor é um gabarolas, incompetente e machista!
O Sr. Ministro da Saúde: — Efetivamente, não há razão nenhuma para a Sr.ª Deputada ter essa
preocupação.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Ministro, tem de terminar.