6 DE JULHO DE 2018
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Nos últimos anos foi atribuído médico de família a mais cerca de meio milhão de portugueses, o que
corresponde atualmente a uma percentagem que se aproxima de 94% da cobertura total. Esta melhoria da
estrutura de prestação de cuidados de saúde primários traduziu-se na realização de 31 milhões de consultas,
segundo o Relatório do Acesso aos Cuidados de Saúde de 2017.
Nos cuidados de saúde hospitalares aprovámos, há poucos dias, o decreto-lei que cria o regime jurídico dos
centros académicos clínicos, criando assim condições para o desenvolvimento de forma integrada das
atividades assistenciais de ensino e investigação clínica e translação e o relançamento dos hospitais
universitários. Trata-se de uma oportunidade única para valorizar o ensino e a investigação, captando
investimento nacional e internacional. Ainda hoje mesmo, esta tarde, será constituída a escritura da Agência de
Investigação Clínica e Inovação Biomédica e, recentemente, assinámos um protocolo para a instalação em
Portugal de um dos maiores centros europeus de realização de ensaios clínicos de fase 1 no Hospital de Santa
Maria.
Foi lançado — estive, aliás, no Seixal na passada sexta-feira — o concurso público para a construção do
hospital do Seixal; está a decorrer o concurso público para o hospital de Lisboa Oriental; dentro de dias será
lançado o concurso público para a construção do hospital de Sintra e o hospital de Évora terá o lançamento do
concurso público até ao final do corrente ano.
Estamos a realizar o maior reforço de capital estatutário de sempre nos hospitais EPE: 500 milhões de euros
já executados e 500 milhões de euros agora a serem realizados. Nunca tinha havido, nos últimos 40 anos, um
reforço tão grande da estrutura de capital dos hospitais, isto após ter sido feita uma injeção adicional de
transferência no último ano de cerca de 400 milhões de euros.
Em termos de resultados assistenciais nos hospitais registou-se, em 2017, um aumento da atividade
programada ao nível das consultas e das cirurgias. Pela primeira vez, constituíram-se cuidados continuados
integrados de saúde mental e há uma aposta forte na implementação da rede nacional de cuidados paliativos.
O número de camas contratadas em unidades de internamento na rede nacional de cuidados continuados
integrados ascendeu às 8549 camas.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, os dois primeiros anos da Legislatura foram enfocados no reforço
indispensável e na valorização do capital humano, tendo sido concretizada a maior contratação de sempre de
profissionais para o SNS desde a sua existência — cerca de 8000. Invertemos, de forma significativa, a
tendência que se vinha a registar de emigração de profissionais qualificados para o estrangeiro e foram criadas
carreiras que estavam por realizar e regulamentar há mais de 18 anos, como é o caso das carreiras dos técnicos
superiores de diagnóstico e terapêutica, a carreira especial de técnico de emergência pré-hospitalar e a carreira
farmacêutica hospitalar.
Implementámos outras medidas importantes para os profissionais de saúde, que incluem, naturalmente, a
reposição remuneratória, a atualização do valor do trabalho suplementar e das horas de qualidade e a revisão
importante, aqui já referida, do PNT (período normal de trabalho) das 35 horas.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o Governo definiu como um dos seus eixos prioritários de ação a
promoção da saúde pública, dando especial ênfase às áreas da alimentação saudável, à luta contra o tabagismo
e à atividade física. Já em 2018, a OMS felicitou Portugal por estas iniciativas, o que a levou a escolher o nosso
País para o lançamento do Plano de Ação Mundial para a Promoção da Atividade Física 2018-2030.
Aumentámos a taxa de cobertura da população com o novo Programa Nacional de Vacinação. Apresentámos
hoje um sucesso histórico para o sistema de saúde português, com os resultados mais recentes do cumprimento
das metas das Nações Unidas na área do combate ao VIH/SIDA para 2020.
Aplausos do PS.
Pela primeira vez, Portugal atingiu duas das três metas, equiparando-nos, na Europa, a países como a
Dinamarca, a Suécia e o Reino Unido. Na hepatite C temos em curso o maior número de tratamentos em
utilização e cerca de 10 000 doentes estão já curados.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, sempre procurámos o consenso alargado no setor da saúde. O SNS
é demasiado importante para os portugueses para que possa ser tratado de uma forma parcelar, sem visão
estratégica e sem um consenso desejavelmente alargado. Existem, naturalmente, diferentes formas de o fazer,
quer no plano legislativo, quer orçamental, mas, sobretudo, das escolhas políticas. Estamos disponíveis, como