21 DE SETEMBRO DE 2018
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como ao adequado funcionamento regular dos serviços de apoio e integrando-os na carreira com vínculo efetivo,
pondo fim aos regimes de contratação com vínculo precário.
O PCP insiste na necessidade de auxiliares de ação educativa com formação adequada ao acompanhamento
de alunos com necessidades especiais.
O normal funcionamento da escola exige que o Governo garanta que haja trabalhadores em número
suficiente para dar resposta às especificidades de caráter regular e transitório de cada uma.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, a escola pública não se defende com boas intenções, defende-se com
investimento, com mais trabalhadores, com melhores condições para quem nela trabalha ou estuda, com
horários de trabalho que não asfixiem alunos e trabalhadores, com rejuvenescimento dos profissionais, com
respeito pelos seus direitos, incluindo os de estabilidade e carreira.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Pode concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª ÂngelaMoreira (PCP): — Estou a terminar.
A escola pública é fundamental para o progresso do povo e para o desenvolvimento do País.
O PCP assume o compromisso de defesa da escola pública gratuita e de qualidade para todos, uma escola
pública que tenha todos os meios humanos e materiais para cumprir o seu papel de emancipação individual e
coletiva.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Dado o adiantado da hora e visto que ainda temos, além deste, mais
um ponto de discussão, peço que sejamos rigorosos no cumprimento dos tempos.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ilda Araújo Novo.
A Sr.ª IldaAraújoNovo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A Federação das Associações
de Pais do Concelho de Vila Nova de Gaia, em dezembro passado, denunciou a falta de assistentes operacionais
nas escolas e agrupamentos de escolas.
Em nome do Grupo Parlamentar do CDS e na pessoa do primeiro peticionário, cumprimento os 12 548
subscritores da petição apresentada a propósito da problemática dali decorrente.
Atento o tempo entretanto decorrido, poder-se-ia pensar que as situações assinaladas já estariam
solucionadas ou em vias disso e ser dispensável a discussão do tema em questão. Nada mais longe da
realidade, infelizmente.
A falta de pessoal, em quantidade e em qualidade — quando referimos qualidade estamos a reportar-nos à
formação, estabilidade e experiência —, é um problema grave que continua a afetar o funcionamento e qualidade
das nossas escolas. Assim o afirma o Conselho das Escolas, que também assevera que as alterações
introduzidas pela chamada portaria dos rácios não foram suficientes para resolver a questão, que faz referência,
ainda, ao não cumprimento das disposições legais e ao inadequado quadro legal da dotação de pessoal não
docente das escolas e que não prevê mecanismos expeditos para suprir as ausências prolongadas resultantes
de doença, incapacidade parcial, aposentação e falecimento.
São fatores que, por si e em conjunto, o Conselho considera serem responsáveis pelas principais dificuldades
e constrangimentos que põem em causa a qualidade do serviço público nas escolas e que, inclusivamente,
levam ao seu encerramento quando as condições mínimas de funcionamento não se verificam.
O CDS apresenta hoje um projeto de resolução em que pede o estrito cumprimento do disposto na portaria
que define os rácios do pessoal não docente e em que recomenda a criação de um mecanismo que permita a
rápida substituição dos assistentes operacionais de baixa prolongada, dos que se reformem e dos que faleçam.
Importa criar condições que viabilizem uma escola de qualidade, que permitam a racionalização de recursos
e proporcionem a sua adequada distribuição.
Importa terminar com desequilíbrios, dificuldades e constrangimentos da exclusiva responsabilidade da
administração educativa.
Importa acabar com a gabarolice pública, ininterrupta e sem pudor que se revela na reiterada afirmação do
Governo de que as escolas estão dotadas do pessoal necessário ao seu adequado funcionamento, assim se