21 DE SETEMBRO DE 2018
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Aplausos do PCP.
A Sr.ª Maria das Mercês Borges (PSD): — Pois não! Estávamos na bancarrota!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Não quiseram! Chegaram e cortaram, ignorando as necessidades dos
trabalhadores portugueses e dos reformados.
Protestos da Deputada do PSD Maria das Mercês Borges.
Mas registamos mais, Sr.ª Deputada: sobre as propostas concretas dos 40 anos de descontos,
independentemente da idade, sobre a necessidade de se responder aos desempregados de longa duração,
sobre a necessidade de se responder a quem tem fortíssimas penalizações — aliás, sofridas pela mão do PSD
e do CDS —, sobre todas essas matérias, o PSD disse zero, o que revela muito bem a preocupação do PSD
com estes trabalhadores e com estes reformados.
Aplausos do PCP e da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.
Protestos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Vamos prosseguir com os pedidos de esclarecimento à Sr.ª Deputada
Diana Ferreira.
Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro, do PS.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Diana Ferreira, felicito o PCP pelo
tema que trouxe esta tarde na sua declaração política, porque defender o alargamento das reformas
antecipadas, defender o sistema público de pensões é defender e garantir a sua sustentabilidade como sistema
público. O que este Governo tem feito, apoiado por esta maioria parlamentar, é garantir a sustentabilidade da
segurança social, ao mesmo tempo que reforça a proteção em Portugal não só para os reformados.
Porque assim é, desde 2015 e com este Governo, tivemos muitos ganhos ao longo desta Legislatura. A
saber: a reposição dos valores de referência do CSI (complemento solidário para idosos) e o alargamento do
seu acesso aos pensionistas que tiveram corte com as regras do PSD e do CDS, os famosos lesados do então
Ministro Mota Soares; a reposição dos valores de referência do RSI (rendimento social de inserção); a
atualização automática das pensões dos regimes contributivos e não contributivos, com base na fórmula de
cálculo que se encontrava suspensa; o aumento do IAS (indexante dos apoios sociais); o aumento do subsídio
por assistência de terceira pessoa; a atualização dos montantes do abono de família; a reposição do 4.º escalão,
o aumento da majoração; a atualização da bonificação por deficiência; a criação da prestação social para a
inclusão (PSI); a criação de uma medida extraordinária de apoio aos desempregados em 2016; o fim do corte
de 10% no subsídio de desemprego após 180 dias; a criação do novo regime contributivo para os trabalhadores
independentes; o novo regime de acesso à reforma para as carreiras contributivas muito longas.
Estas políticas tiveram, e têm, um impacto muito positivo nas contas da segurança social, na vida das
pessoas e contrastam radicalmente com aquilo que tínhamos nos anos anteriores: cortes, cortes e mais cortes.
Mas estas políticas, para além de valorizarem o sistema público e de dotarem a vida das pessoas de melhores
rendimentos, cumprem um objetivo fundamental: dificultar a capacidade e o argumentário de todos aqueles que
não desistem de privatizar a segurança social.
O modelo que entrou em vigor em outubro de 2017 para as muito longas carreiras contributivas possibilita a
quem tem 48 ou mais anos de descontos e 60 ou mais anos de idade ou, então, a quem tem 46 anos de
descontos, tendo começado a trabalhar até aos 14 anos de idade aceder à reforma em condições mais
favoráveis. Em 10 meses, até setembro de 2018, foram deferidas cerca de 15 000 pensões. Esta medida permitiu
a valorização do valor médio destas pensões em 1736 € por ano — 124 € por mês.
Portanto, o Governo tem vindo a cumprir, de forma sustentada, aquilo com que se comprometeu.
Referiu, e bem, a palavra do Primeiro-Ministro que foi aqui dada num debate quinzenal. Pois bem, a portaria
que o Governo aprovou e que foi recentemente publicada, vai, a partir de 1 de outubro, implementar medidas