I SÉRIE — NÚMERO 5
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Sim, este é um tema que a todos diz respeito. Já existe um grupo de trabalho constituído e a funcionar nesta
Assembleia da República, e o PS já está a trabalhar. O CDS será sempre bem-vindo.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.ª Deputada Carla Tavares, inscreveram-se duas Srs. Deputadas para
formular pedidos de esclarecimento.
Como pretende responder?
A Sr.ª Carla Tavares (PS): — Respondo em conjunto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Ana Rita
Bessa, do CDS-PP.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Carla Tavares, confesso que não percebi
muito bem o objetivo da sua intervenção. Se a natalidade estivesse a aumentar, se os indicadores demográficos
estivessem no seu esplendor, eu perceberia o seu tom laudatório em relação às políticas do Partido Socialista
e o seu tom acusatório em relação às políticas do CDS-PP.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Porém, dá-se o caso de, desde 2005, os senhores terem estado 10
anos no Governo…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Dez anos!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — … e o que, com isso, se concretizou foi o facto de a natalidade estar
nos níveis mais baixos dos últimos anos.
Portanto, para sermos sérios, para sermos minimamente sérios, era preciso perceber que, sim, há um
problema de natalidade e que as políticas públicas que têm sido levadas a cabo até aqui não têm tido o resultado
pretendido.
O Sr. João Galamba (PS): — As vossas teriam resultados ainda piores!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Portanto, para fazermos um bom compromisso com os portugueses,
seria bom, pelo menos, trazermos à consideração as propostas de todos e olhar com cuidado para as propostas
do CDS. É que, Sr.ª Deputada, a natalidade tornou-se, de facto, numa questão fraturante, não porque abra uma
rutura entre alguns, mas precisamente porque abre uma rutura entre todos e, nesse sentido, merecia, parece-
nos, que tivesse o mesmo sentido de urgência que outras questões fraturantes têm tido aqui, no Parlamento.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Porém, já se percebeu que não vai acontecer nada hoje, vamos ficar
exatamente na mesma, porque, apesar de o Secretário-Geral do Partido Socialista ter apresentado um moção
ao congresso, em maio, precisamente com este desígnio — foi esta a palavra que ouvi quando lá estive — e
de, com isso, ter ganho a liderança, depois deixou o desígnio na gaveta. E quando o CDS apresenta propostas,
já se sabe que não se podem sequer discutir porque veem do CDS e estão manchadas por um qualquer pecado
original!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Galamba (PS): — Não, são mesmo más!