I SÉRIE — NÚMERO 9
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A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, continuo a achar que
crescermos abaixo da Holanda, da Áustria, da Eslováquia, da Lituânia é mau e que estarmos em terceiro lugar
a contar do fim é mau. Temos mais ambição, achamos que este crescimento é poucochinho e esperamos que
possamos melhorar, certamente com as propostas do CDS também.
Vou dizer-lhe uma coisa: esperamos pelo Orçamento do Estado para perceber o que aí vem em matéria de
combustíveis, porque não estamos preocupados só com as empresas e os transportadores, que certamente são
importantes, estamos também muito preocupados com as famílias portuguesas, que todos os dias têm de pôr
gasóleo e gasolina nos seus automóveis,…
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Aquelas famílias que vocês soterraram em impostos!?
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … estamos preocupados com os pequenos prestadores de serviços,
que não recorrem a transportadores profissionais mas que, todos os dias, têm de utilizar os seus carros para
poderem trabalhar, e com as micro, pequenas e médias empresas, que têm de trabalhar todos os dias.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Que descaramento!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Só para ter uma ideia, quem gastar um depósito de combustível por
semana, está a gastar, por ano, mais 1248 € em gasóleo e 904 € em gasolina. É muito, é um verdadeiro saque
fiscal às famílias portuguesas…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … e nós vamos apresentar uma proposta sobre essa matéria.
Lembro também, Sr. Primeiro-Ministro, que, desde esse debate, a opinião do Governo já mudou: primeiro,
era a neutralidade fiscal para os cofres do Estado e para o bolso dos portugueses…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … e, a seguir, afinal, era um imposto verde. Portanto, cá estaremos
para fazer essa avaliação e para manter a coerência das nossas propostas.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Quero falar agora sobre uma outra área muito importante, Sr.
Primeiro-Ministro, a área da saúde. Estamos à porta do Orçamento do Estado e, portanto, tem aqui mais uma
oportunidade para pôr cobro ao caos na saúde, que não distingue entre litoral, interior, norte e sul do País.
A minha pergunta é no sentido de saber se, no Orçamento, vai corrigir o rumo do Governo nesta área, se vai
prever os 50 milhões para o hospital de Gaia e os 20 milhões para o hospital de São João — só para citar dois
exemplos —, se vai inscrever as verbas necessárias para pagar aos profissionais de saúde os milhares de horas
extra que estão em falta, se vai prever o necessário para pagar as dívidas aos fornecedores na área de saúde,
as quais penalizam muito as condições de contratação e aumentam os gastos nesta área, e se vai dar autonomia
para a contratação de médicos, enfermeiros e auxiliares às administrações dos hospitais, que hoje estão
asfixiadas pelo «garrote» de Mário Centeno.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.