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11 DE OUTUBRO DE 2018

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Queria abordar um outro tema muito importante e que já foi aqui muito falado, pedindo, mais uma vez, uma

resposta da parte do Sr. Primeiro-Ministro sobre a questão de Tancos, em relação à qual todos os dias temos

notícias novas e contraditórias.

Sr. Primeiro-Ministro, consideramos fundamental proteger a defesa nacional, proteger as Forças Armadas e

dar credibilidade e respeitabilidade ao País. O senhor considera ou não que, neste momento, o Chefe do Estado-

Maior do Exército e o Sr. Ministro da Defesa Nacional não são um fator de credibilidade e de estabilidade, são,

pelo contrário, um fator de fragilidade?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, vou tratar de duas dimensões

da sua questão.

A primeira dimensão é a seguinte: começo por não comentar notícias que pressupõem a existência de um

depoimento a que não assisti e que, estando em segredo de justiça, ninguém deveria conhecer. Portanto, em

bom rigor, nenhum de nós está autorizado a saber se existiu ou não existiu e, tendo existido, o que é que foi

dito.

A Sr.ª Marisabel Moutela (PS): — Ah, pois é!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Presumo que a Sr.ª Deputada também não tenha assistido ao depoimento e

que, portanto, teorize simplesmente com base naquilo que leu na comunicação social, fruto de fugas de

informação e da prática do crime de violação do segredo de justiça. Pois acho que é muito mau caminho fazer

política com base em informações cuja obtenção resulta da prática de crimes.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, peço-lhe para concluir.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluo já, Sr. Presidente.

A segunda dimensão, Sr.ª Deputada, é esta: obviamente, o Sr. Ministro da Defesa não estaria aqui se não

tivesse a confiança para estar aqui e, portanto, se está, é porque tem toda a confiança, como já tive oportunidade

de dizer.

Além disso — e vou até dizê-lo com mais ênfase do que quando, há bocado, respondi ao Sr. Deputado

Fernando Negrão —, considero absolutamente lamentável a partidarização do debate sobre as chefias militares,

que indigna completamente uma democracia estável como a nossa, desde o dia 26 de novembro de 1975.

Aplausos do PS.

Nunca mais isto tinha acontecido e acho que é absolutamente lamentável!

O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Foi lamentável a partidarização quanto à escolha da Procuradora-Geral, é mais

lamentável ainda quanto à escolha das chefias militares.

Aplausos do PS.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr. Deputado?