11 DE OUTUBRO DE 2018
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Tanto assim é, Sr. Presidente, que tínhamos 2 segundos e vemos no
quadro que há grupos parlamentares com tempos negativos, um com 56 segundos, outro com 11 segundos e
outro com 1 minuto e 2 segundos.
O Sr. Presidente: — Vamos prosseguir.
Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa para formular perguntas.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Lamento, Sr. Presidente!
O Sr. Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a propósito do tema que nos trouxe
aqui, permita-me duas considerações e uma questão concreta.
A primeira consideração é que a vida mostrou que, nesta nova fase da vida política nacional, a política de
reposição de rendimentos e direitos foi um fator de crescimento económico e de emprego, o que derrotou
claramente todas aquelas teses das inevitabilidades com que durante quatro anos nos massacraram.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — A segunda consideração é que, sendo isto importante, temos um
problema de fundo, um imperativo, que é a necessidade do aumento da produção nacional. Portugal precisa de
produzir mais!
Por isso, todos os dias — a nós que já aqui trouxemos este problema dos pequenos agricultores — continuam
a chegar-nos relatos de produtores de leite que estão a abandonar a produção. Não lhes resta outra opção,
perante os preços dos fatores de produção que não param de aumentar e os preços pagos pelo leite, que não
compensam.
O Sr. António Filipe (PCP): — É bem verdade!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sabemos que há grandes explorações a produzir muito leite, mas com
que custos e impactos, Sr. Primeiro-Ministro?!
Por isso, gostaria de saber quais são as medidas que o Governo está a tomar para defender as pequenas e
médias explorações de leite, que medidas toma para impedir a entrada no País de leite e de produtos láteos
abaixo do preço de custo e, principalmente, que discussão está a ser feita no quadro da União Europeia para
assegurar um novo quadro de regulação do mercado que impeça que os países do centro e do norte da Europa
estejam a aumentar a produção enquanto o nosso País a baixou, como aconteceu no ano passado.
Sr. Primeiro-Ministro, estamos a falar de um dos poucos setores onde somos autossuficientes. Esta é a nossa
preocupação.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, acho que essa é mesmo a
maior derrota que a direita teve nesta Legislatura, ou seja, ficou demonstrado, de uma vez por todas, que o
modelo de desenvolvimento que tinha concebido, no qual a produtividade das empresas e a competitividade da
economia assentavam no empobrecimento coletivo e na perda de direitos, era um caminho que só nos conduzia
para o fundo, para a regressão social e para a destruição de direitos.
Aquilo que foi possível demonstrar foi que, com o aumento dos rendimentos e a reposição de direitos, as
empresas não perderam competitividade, pelo contrário, têm ganho quota de mercado e têm aumentado as suas
exportações. E mais: tanto a economia do futuro como o futuro destas empresas depende de terem cada vez