18 DE OUTUBRO DE 2018
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Creio, pois, que temos de fazer alguma avaliação diferenciada, mas estou certo, e nisto acompanho o
Deputado Pedro Delgado Alves, de que o trabalho na especialidade — assim o PAN queira que esta proposta
faça esse caminho — permitirá calibrar melhor estes aspetos.
Finalmente, em terceiro lugar, relativamente à proposta do PCP, de criação de um programa de emergência,
não nos opomos, na convicção de que isso não obstará a que a lei que está aprovada e que sinaliza para as
câmaras municipais a obrigação…
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Faça favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Termino, Sr.ª Presidente.
Como estava a dizer, não nos opomos à criação de um programa de emergência, na convicção de que isso
não obstará a que a lei que está aprovada, e que sinaliza para as câmaras municipais a obrigação de seguir
uma política de não eliminação de animais errantes, seja escrupulosa e intransigentemente aplicada.
Portanto, criar um plano de emergência, com certeza, não há qualquer dúvida, desde que isso não signifique
abdicar da aplicação intransigente da lei nesta matéria.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Telmo Correia.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Em relação a estas várias iniciativas,
gostaria de dizer, à partida, o seguinte: podemos acompanhar as preocupações manifestadas nas petições pelos
peticionários, que saúdo. Compreendemos e acompanhamos essas preocupações, mas que possamos
acompanhar as soluções nelas contidas já é um pouco mais difícil, por razões que procurarei explicar.
A legislação, nesta matéria, tem vindo a evoluir. Temos legislação muito recente, de 2014, temos um conjunto
de normas que regulam desde o acesso dos animais aos estabelecimentos comerciais, à proibição do abate,
aos maus-tratos a animais. A legislação tem vindo a evoluir, na esmagadora maioria dos casos, com o nosso
apoio, e tem vindo a evoluir, na nossa opinião, de uma forma positiva.
Em relação ao projeto do Partido Pessoas — Animais — Natureza, sobre o qual, de resto, subscrevo o que
acabou de ser aduzido pelo Sr. Deputado José Manuel Pureza, quando disse que, de facto, há um elemento
enganador, que é o de saber a própria esfera a que ele se aplica, podemos acompanhar a sua preocupação,
mas é muito difícil acompanhar a solução apresentada. Isto, porque, Sr. Deputado André Silva — e eu, que
tenho discordado tantas vezes de si, neste caso, até posso concordar com a sua preocupação —, o que propõe
não é de fácil aplicação.
O Sr. Deputado fala em todo o tipo de animais sencientes, quando refere os maus-tratos, os maus-tratos
psicológicos e o próprio confinamento, mas é evidente que a espécie de animal de que estamos a falar não é
indiferente. Não é indiferente o exemplo que é dado, de um cão que fica preso a uma corrente, ou o confinamento
de outro tipo de animal de companhia senciente, seja um rato, seja um porco, seja o que for. Não estamos,
rigorosamente, a falar da mesma coisa.
Qualquer pessoa que tenha um mínimo de sensibilidade em relação à questão animal compreende que o
caso de um cão — e vemos esses exemplos várias vezes — que viva preso a uma corrente é uma situação
inaceitável, e concordo consigo nessa apreciação. Mas quanto tempo é que ele pode estar preso à corrente?
Em que circunstâncias? Qual é a solução?
Portanto, Sr. Deputado André Silva, acho que o grande desafio, nesta matéria, talvez seja o de reconhecer
que já foi elaborada legislação, que, ao sê-lo, tratou-se de um passo progressivo, no bom sentido, e que, se
calhar, agora, teremos de deixar um bocado aos tribunais e à própria jurisprudência a apreciação deste tipo de
situações e de matérias,…
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … porque elas terão de ter uma avaliação dos próprios tribunais e da
própria justiça, no sentido de se saber o que é aceitável e o que não é aceitável. O que é o confinamento? Está