I SÉRIE — NÚMERO 13
22
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Bloco de
Esquerda, para uma intervenção.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda traz a discussão
dois projetos de lei que, a serem aprovados, permitirão melhorar o Serviço Nacional de Saúde, aumentar o
número de profissionais, aumentar o investimento e aumentar, até, a eficiência, a tão propalada eficiência das
unidades do Serviço Nacional de Saúde.
O que propõem os projetos que o Bloco de Esquerda traz a discussão? Primeiro, a autonomia para a
contratação de profissionais por parte dos hospitais, centros hospitalares e unidades locais de saúde; segundo,
excluir as entidades do Serviço Nacional de Saúde da famigerada Lei dos Compromissos, do PSD e do CDS-
PP.
De que forma é que estes projetos, ao tornarem-se lei, ajudarão a reforçar o Serviço Nacional de Saúde e
permitirão melhorar os cuidados aos utentes? É fácil! As entidades do Serviço Nacional de Saúde passarão a
poder contratar consoante as suas necessidades, sem ter de ter uma autorização prévia por parte do Ministério
da Saúde e por parte do Ministério das Finanças, autorização essa que, atualmente, muitas vezes não chega.
Permitirão investir mais e melhor no Serviço Nacional de Saúde e fazer com que alguns investimentos — por
exemplo, em edifícios ou na aquisição de equipamentos e de outros produtos — não tenham obstáculos, como
acontece atualmente, levando até, por exemplo, a que o Tribunal de Contas não dê visto prévio a alguns destes
investimentos.
Como é que estes projetos aumentarão a eficiência do Serviço Nacional de Saúde? Permitirão remover uma
série de absurdos que existem atualmente na realidade do Serviço Nacional de Saúde.
Dou o exemplo de dois desses absurdos. Atualmente, há cirurgias programadas que são canceladas porque,
por exemplo, um determinado hospital tem falta de assistentes operacionais e não há um assistente operacional
para garantir a cirurgia programada. É um absurdo! Se as entidades puderem ter autonomia para contratar os
profissionais que estão em falta, remove-se este absurdo do dia a dia do Serviço Nacional de Saúde.
Vou dar outro exemplo. Há pouco tempo, foi lançado um concurso para a aquisição de medicamentos para
o HIV-SIDA que, exatamente por causa da Lei dos Compromissos, não teve visto prévio do Tribunal de Contas.
E o que é que aconteceu? Depois, os vários hospitais tiveram de fazer vários pequenos ajustes diretos para
adquirir esses mesmos medicamentos. É um absurdo! Fica muito mais caro ao erário público e é um absurdo
burocrático!
Ora, as propostas do Bloco de Esquerda retiram estes absurdos do dia a dia do Serviço Nacional de Saúde
e melhoram muito a sua gestão e o funcionamento das suas unidades.
Para terminar, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, lembro que o Bloco de Esquerda tem defendido estas
propostas várias vezes nesta Legislatura. Lembro, aliás, que o Orçamento do Estado para 2018 só não
contemplou a autonomia para a contratação por parte das instituições do Serviço Nacional de Saúde porque o
PSD uniu a sua abstenção ao voto contra do Partido Socialista; se não tivesse sido assim, tal já existia no
Orçamento do Estado para 2018.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Aquilo que o Bloco de Esquerda pede, aquilo que se quer nesta discussão é
que, agora sim, se possam aprovar estes projetos de lei para melhorar o Serviço Nacional de Saúde, garantir
mais profissionais e garantir mais investimento.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Fátima Ramos, do PSD, para
uma intervenção. Faça favor.