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31 DE OUTUBRO DE 2018

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Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para encerrar o debate nesta manhã, tem a palavra o Sr. Ministro do Planeamento e

das Infraestruturas.

O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.

Deputado José Luís Ferreira, sobre a questão da ferrovia e dos desafios que temos, quero dizer-lhe que, com

certeza, continuamos a tê-los.

Temos em curso um investimento sem paralelo na infraestrutura ferroviária e muito mais para fazer nos

próximos anos, mas temos, evidentemente, em particular na questão das linhas regionais, um desafio que

resulta da situação, da idade, do estado de manutenção do material circulante dessas linhas regionais, em

particular nas linhas que ainda estão servidas a diesel.

Como sabe, há duas estratégias em curso: por um lado, estamos a reforçar a manutenção desse material

circulante e, por isso, contratámos, recentemente, mais de 100 trabalhadores para a EMEF no sentido de

reforçar a capacidade de manutenção do material circulante, em particular do material que ainda faz serviço nas

linhas a diesel, por outro, temos também, como sabe, a questão do aluguer do material circulante a Espanha

para adicionar algum material circulante até chegar o novo que vamos adquirir e, ainda, o objetivo de adquirir

mais material circulante, algum dele apenas elétrico, o outro bimodo, para poder circular em linhas que tenham

partes a diesel e partes já eletrificadas.

Além disso, estamos também, como sabe, a eletrificar essas linhas, pelo que temos não só a eletrificação na

Linha do Douro, que está em curso, como a eletrificação na Linha do Oeste, cuja fase de obras está agora para

ser lançada, ou também a do Algarve, cuja fase de obra será lançada até ao início de 2019. Temos também a

perspetiva de lançarmos, para já, os projetos da segunda fase de eletrificação da Linha do Oeste e da

eletrificação da Linha do Alentejo até Beja para perspetivarmos esses investimentos na fase do Programa

Nacional de Investimentos.

Portanto, Sr. Deputado, há uma estratégia, há um legado histórico difícil em matéria, em particular, das linhas

regionais que estamos a procurar ultrapassar.

Já agora, deixo aqui uma informação que julgo ser útil: no que respeita aos serviços regionais, nas linhas

eletrificadas, hoje mesmo estarão em circulação, ou voltarão a estar em circulação, seis unidades triplas elétricas

com prioridade ao serviço a Tomar, precisamente para retomarmos a capacidade adequada de serviço nesta

situação em concreto, mas também para reforçarmos, em geral, a capacidade de material circulante em serviço

nas nossas linhas regionais eletrificadas.

Naturalmente podemos questionar: está tudo resolvido na ferrovia em Portugal? Não está, certamente, tudo

resolvido! É preciso continuar a investir? É preciso continuar a investir!

O desafio do investimento público pesado em infraestruturas pesadas vai continuar a ser, certamente, um

desafio dos decisores num futuro próximo, porque temos um nível de aceleração das transformações

económicas, ou até sociais, muito significativo e a nossa capacidade de acompanhar esse ritmo de

transformação com o investimento em infraestruturas pesadas é, certamente, para o futuro, um desafio para

todos os decisores políticos.

Assim, vamos continuar a fazer caminho e, em breve, estaremos a debater o Programa Nacional de

Investimentos que nos dará também perspetivas sobre o que queremos fazer como País na próxima década,

para continuar a acompanhar este desígnio de mais competitividade e também de mais coesão e de certeza

que a ferrovia vai voltar a ser uma das grandes prioridades nessa próxima década.

Sr. Deputado Ricardo Bexiga, nesse contexto, quer no próximo Orçamento do Estado quer no Programa

Nacional de Investimentos, esta dimensão da coesão é absolutamente crítica e tem de ser acompanhada

também da dimensão da competitividade.

Para sermos claros: temos de ter infraestruturas que continuem a suportar o avanço de um processo de

competitividade, como referiu, para que as nossas empresas que querem investir possam ser competitivas nas

suas exportações — por exemplo, no acesso aos nossos portos —, possam continuar a ter portos competitivos,

para também serem competitivas nessa nossa dimensão atlântica.